Volta às aulas ?

Segundo matéria publicada pelo Jornal O Globo, o prefeito do RJ diz estar “consultando especialistas” para criar um plano seguro de volta às aulas da rede municipal e particular de Ensino.

Mas quem são esses especialistas? Nomes, órgãos de trabalho? Mistério!
Em que momento a Secretaria Municipal de Saúde se posicionou? Se o fez, nada foi divulgado ou informado. Sabemos que, em verdade, ela é que deveria estar à frente destas discussões junto às escolas e seus sindicatos.

O único órgão de Saúde que se pronunciou durante este processo foi a FIOCRUZ, que se coloca contra esta volta às aulas neste momento, por considerar a ação precipitada por colocar a saúde de alunos, professores e suas famílias em risco.

Por que você acha que o prefeito está agindo assim?

E agora, o SAMU

Como já era previsto, começaram os problemas com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Em meio à pandemia, o salário dos médicos encontra-se atrasado e a OZZ Saúde, organização social que detém a gestão do serviço, ainda não apontou para uma solução deste problema. A OZZ Saúde alega que não pode pagar os salários vencidos, pois não recebeu os repasses do Estado, uma vez que estes foram suspensos pela Justiça, por indícios de irregularidades no contrato firmado, embora a decisão judicial também obrigue a empresa a manter o pagamento dos salários e o serviço funcionando. Esta empresa assumiu a gestão do SAMU, anteriormente sob a responsabilidade do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, pelo contrato firmado com a Secretaria de Saúde através de Gabriell Neves. Na ocasião, ele era o Subsecretário Estadual de Saúde, tendo sido exonerado no dia 20/04/2020, por suspeita de irregularidades em contratos firmados, e preso no dia 07/05/2020 por suspeita de fraude na compra de equipamentos.

Ao que parece, o governo do Rio de Janeiro perdeu, totalmente, a capacidade de gerenciamento da Saúde no estado. É necessária uma revisão em todos os contratos de prestação de serviços e de compra junto com fornecedores de materiais e medicamentos.

Não seria este o momento de uma intervenção, por parte do governo federal, na Saúde do nosso estado?

E a Fila Continua

A fila da Secretaria Estadual de Saúde não pára. Nesta manhã foi a vez de seu superintendente, Carlos Frederico Verçosa Duboc, ser preso pela operação adequadamente chamada de Mercadores do Caos. Foi ele quem autorizou o pagamento adiantado dia R$ 9.900.000,00 para aquela empresa de informática (A2A Informática) que vendeu, mas não entregou, 50 respiradores superfaturados, conforme eu já havia publicado na minha postagem de 13/04/2020.

Vale lembrar que as Organizações Sociais (OSs), que administram várias unidades de Saúde, enviavam documentos com os gastos semanais para este mesmo Carlos Duboc, que era o responsável por levantar quanto precisava pagar pelos serviços e efetuar os pagamentos em nome da Secretaria de Saúde do Estado.

Será que já não está na hora de abrir essa “caixa-preta” das Organizações Sociais de Saúde?

Fundo eleitoral

Os recursos públicos destinados as campanhas eleitorais terão, em 2020, aumento de R$ 300.000.000,00. Apenas cinco, dos 33 partidos políticos legalizados no país, foram contra este aumento, incluindo o NOVO. No total, R$ 2 bilhões de reais sairão dos cofres públicos.

Uma vergonha!!!!!


Este recurso sai dos impostos que nós pagamos. O Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário têm que acabar. Não é correto termos que financiar partidos políticos que, na maioria, nem concordamos com suas ideias.

Tempos difíceis

Tempos difíceis em que vivemos.

É inegável que a Operação Lava Jato se tornou um marco na história de nosso país. Foram indiciados centenas de poderosos políticos e empresários, fato impensável há bem pouco tempo, que sangraram a nação com desvios bilionários de dinheiro público. Mais que isso, a grande maioria foi condenada, o que gerou dezenas de prisões.

Não são apenas ladrões. Retiraram da Saúde recursos fundamentais para salvar a vida de pacientes que não tiveram oportunidade de tratamento. Recursos retirados da Segurança Pública ceifou outras tantas vidas. Também faltou dinheiro para investimento em Educação, o que comprometeu várias das nossas futuras gerações. Enfim, foram danos irreparáveis.

Mas a Operação Lava Jato teve um rosto: o, então juiz, Sérgio Moro.

Respeitado no Brasil e no exterior, ele se tornou um símbolo do combate à corrupção. Admirado pela imensa parcela da população honesta do povo brasileiro, mas temido pelos corruptos travestidos de políticos, empresários e comerciantes. Sérgio Moro e os membros da Operação Lava Jato são passíveis de eventuais falhas como qualquer ser humano. Porém, é indiscutível o protagonismo deles no retorno de valores e esperança do povo.

Por outro lado, movidos pelo pânico de serem pegos, delinquentes buscam incansavelmente atacar a credibilidade desses agentes, no intuito de conseguir um improvável caminho para defender o indefensável. Para tal, mais uma vez ultrapassaram os limites da legalidade ao promover uma invasão criminosa de mensagens privadas.

Até o momento, não percebi nenhuma prática de crime no conteúdo que foi divulgado por esse material obtido de forma ilícita. Contudo, se erros foram cometidos, devem ser tratados de forma exemplar e adequada. Mas longe, muito longe, de serem argumentos para anular malefícios causados por outros.

A Globo sendo a Globo?

Há décadas a Rede Globo utiliza sua grande audiência, mesmo que tenha decaído bastante no último ano, para disseminação de matérias que atendam a seus interesses. Até aí, fica limitada apenas a questionamentos de sua isenção na atividade jornalística. Mas, a partir do momento que divulga produto fruto de um crime, da forma como foi realizada, ultrapassa os limites da ética e da responsabilidade.

Sem julgamento de mérito dos conteúdos, o fato é que a invasão  de conversas telefônicas, independente de serem ou não de membros do Judiciário, da forma que foi feita constitui uma atividade criminosa. Penso que se houve algum desvio de conduta nas relações entre o então juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público, ele deve ser apurado e as providências cabíveis devem ser tomadas. Mas, para tal, é necessário primeiro atestar a veracidade dos supostos diálogos, na íntegra, para, em seguida, contextualizar e verificar se houve alguma ilegalidade nas conversas. Dito isso, é preciso identificar o hacker que enviou o material. Também não seria concebível que um criminoso tivesse sua identidade protegida sob alegação de sigilo da fonte por parte da mídia.

Ninguém está acima da lei, mas é inegável a grande contribuição que a Operação Lava Jato tem prestado no combate a este câncer social que tem sido a corrupção. Igualmente indiscutível que este grupo tem sofrido constantes ataques por parte de pessoas que detém poder e se sentem ameaçadas.

Entendo que, por tudo que envolve este caso, há a necessidade de extremo rigor na apuração dos fatos e nas providências a serem tomadas, porém, a divulgação deveria ficar reservada para após sua resolução.

Estar em um país democrático não significa que se pode transigir a responsabilidade civil, muito menos desrespeitar as leis e as instituições.

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