Medicamentos e climatério

O tratamento para menopausa pode ser feito com o uso de medicamentos hormonais, mas sempre sob orientação médica.

Para algumas mulheres esta terapia é contraindicada, como ocorre no caso das que possuem câncer de mama ou de endométrio, lúpus, porfiria ou tenham tido episódios de infarto ou AVC.

Para as que não possuem contraindicações, a terapia de reposição hormonal pode ser indicada. Ela é capaz de diminuir a intensidade dos sintomas da menopausa, como as ondas de calor, irritabilidade, osteoporose, doenças cardiovasculares, secura vaginal e a instabilidade emocional.

Além disso, antidepressivos e calmantes também podem ser indicados pelo médico, dependendo da gravidade dos sintomas.

Nada disso substitui uma boa alimentação e práticas de exercícios físicos pois, além de todos os benefícios, proporcionam liberação de endorfinas na corrente sanguínea e promovem a sensação de bem estar.

“De Médico e Louco…”

Tempos estranhos que estamos vivendo!

Em meio a uma pandemia, vemos economistas darem diagnósticos, governantes traçarem planos terapêuticos, empresários prescreverem medicamentos e advogados analisarem a evolução da doença. Tudo muito confuso, a pandemia virou um pandemônio. Enquanto a mídia cultua o terror e políticos utilizam caixões para palanque, muitos cobram uma breve solução, seja uma vacina, seja um medicamento definitivo.

Infelizmente, a Medicina tem seu tempo, mesmo que longe do ideal, para quem necessita de respostas imediatas. Estamos diante de uma doença nova, onde as certezas podem ser, e na maioria são, um desserviço. Temos como exemplo a análise comparativa enviesada com países de características totalmente diferentes no que diz respeito ao número de habitantes, perfil epidemiológico, distribuição e localização geográfica, clima, adensamento urbano e outros tantos fatores que têm impacto direto no resultado.

Estamos diante de uma doença com baixa letalidade, porém com grande transmissibilidade, o que pode sobrecarregar de forma significativa o nosso precário sistema de saúde. Até o momento, a única coisa que tem sido, comprovadamente, eficaz no combate aos casos mais graves dessa doença são os leitos de UTI. Vale lembrar que essas unidades são disputadas com outras doenças de extrema gravidade. Infartos, acidentes vasculares cerebrais, hipertensão arterial, patologias oncológicas, entre outras, perderam suas visibilidades, mas não suas necessidades.

A situação atual impõe serenidade. Cada um deve se conscientizar de sua expertise, atribuição e responsabilidade. Espero da mídia uma postura de informação construtiva, na medida certa do bom senso e tendo como fonte especialistas sérios e capazes, onde o objetivo seja colaborar com eles para um verdadeiro enfrentamento do problema. Aos governantes cabe a promoção de uma infraestrutura que atenda às necessidades do momento, com respeito à ética e ao erário público. Os profissionais de saúde precisam ter como base as evidências científicas, sem deixar que pressões externas interferiram na eficiência, eficácia e segurança de seu trabalho. Não podemos deixar que vaidades ou objetivos pessoais gerem interferências, mesmo que por palavras, nas atribuições dos outros, principalmente, em terrenos fora de nossa expertise.

Neste momento, precisamos mais dos médicos e menos dos loucos. Mais do Dr. Jekyll, menos do Mr. Hyde.

Que faço com os remédios?

Em alguns momentos de nossa vida, nos deparamos com a necessidade de fazer uso de medicamentos. Nestas situações, podem surgir dúvidas sobre como fazer o tratamento. Vale lembrar que qualquer desvio na sua forma correta de utilização pode ter uma alteração no resultado esperado.

Um dos questionamentos mais comuns é se o comprimido deve ser ingerido com água ou leite. A princípio, o melhor seria com o velho copo d’água. O leite interfere na absorção e altera seu resultado.

Algumas pessoas, por comodidade, costumam engolir os comprimidos a seco. Esta prática incorre, basicamente, em dois riscos. No primeiro, o comprimido pode grudar no esôfago e provocar uma irritação na sua parede. No segundo, mesmo que o comprimido chegue até o estômago, pode começar a ser absorvido no esôfago, com a acidez diferente do estômago, o que geralmente altera a sua ação.

Quando você toma dois ou mais remédios ao mesmo tempo, corre o risco de eles competirem entre si e não terem o efeito desejado. Por exemplo, alguns medicamentos são melhor absorvidos em um ambiente ácido. Quando ingeridos juntos a um antiácido, eles terão seu efeito prejudicado. Outro exemplo seria dos anticoncepcionais, que têm sua eficácia reduzida quando associados a alguns antibióticos. Por outro lado, existem situações especiais nas quais alguns medicamentos surtem melhor efeito quando ingeridos juntos, como o sulfato ferroso na presença de vitamina C. Sendo assim, é importante perguntar a quem prescreveu, não só os intervalos entre as tomadas, mas também os horários que devem ser respeitados.

Para algumas medicações, é preciso que sejam tomadas com o estômago vazio. Para outras, isso irritaria muito estômago, logo, o ideal seria após se alimentar. Também é importante perguntar ao seu médico o que seria melhor no seu caso.

Em relação ao uso de bebidas alcoólicas junto com medicação, é uma prática que deve ser evitada. Em algumas situações, essa mistura pode cortar o efeito do remédio. Em outras, como no caso de calmantes, o álcool pode potencializar sua ação, com risco de diminuir a atividade dos sistemas nervoso central, respiratório e cardiovascular.

Tão importante quanto a forma de tomar os remédios são os cuidados que devem ter com eles. Procure mantê-los na sua embalagem original, planejada para seu correto acondicionamento, ou em caixinhas separadoras, igualmente idealizadas para esta finalidade. Alguns precisam ser guardados em geladeira por apresentarem uma instabilidade química, quando fora de um ambiente frio. Não respeitar esta indicação pode diminuir o efeito da droga.

Algumas pessoas têm dificuldades para engolir comprimidos e acabam utilizando alguns artifícios que se mostram inadequados. Macerar os comprimidos, ou cortá-los no meio para se tornarem menores e mais fáceis de engolir, não deve ser feito, exceto quando eles forem sulcados ou se orientado pelo médico. Já as cápsulas foram feitas para retardar a absorção do fármaco. Não se deve abri-las para dissolver o “pozinho” na água, pois interfere diretamente na absorção do remédio.

Bom, como visto, cuidado com seu tratamento para ele poder cuidar de você!

Santo remédio!!

Quem nunca tomou, ou pior, passou um “remedinho muito bom”?

A automedicação é um dos graves problemas enfrentados na saúde do brasileiro. Um dos ditos mais antigos, e corretos, é o que “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”. Mesmo os considerados “inofensivos” por grande parte da população, como analgésicos, anti-inflamatórios ou antiácidos, podem trazer risco à saúde, seja por sua ação direta ou quando combinados com outros medicamentos. Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica (Sinitox), as principais causas de intoxicação humana são os medicamentos, estando acima das drogas, venenos e agrotóxicos.

Outra situação comum está ligada à nossa cultura de procurar diretamente especialistas, o que, por vezes, causa uma “fragmentação” no tratamento. Principalmente na população de mais idade, não é raro procurar vários especialistas e não relatar a eles todos os medicamentos que já vem utilizando. Além do risco de interações medicamentosas inadequadas, há o perigo de superdosagem por utilizar o mesmo princípio ativo várias vezes, com marcas diferentes, prescritas por profissionais diferentes que não tinham o conhecimento dos anteriores. Pesquisadores da Universidade Harvard realizaram um estudo, nos Estados Unidos, onde constataram que 39% da população acima de 65 anos utiliza 5 ou mais remédios prescritos. Já outra pesquisa, publicada na revista americana JAMA, constatou que se incluir outros medicamentos não prescritos, tais como suplementos, vitaminas, etc., o número chega a quase dois terços dos entrevistados. No Brasil, como o controle na venda dos medicamentos não é tão eficiente, estima-se que este percentual seja ainda maior.

Portanto, vale ressaltar o que não se deve utilizar, ou indicar, qualquer tipo de medicamento baseado em sintomas semelhantes em amigos ou familiares. Várias doenças podem apresentar sintomas parecidos, porém com tratamentos diferentes. Procure a orientação de seu médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, afinal, ele tem a formação necessária para diagnosticar, planejar o tratamento e prescrever o remédio mais adequado para seu caso.

Ah sim!  É importante levar a cada consulta médica a lista dos medicamentos em uso e seus respectivos horários. Com isso, evitará combinações medicamentosas prejudiciais, ou ainda, uso excessivo de um determinado princípio ativo com marcas diferentes.

Campanha de vacinação

É lamentável que nenhum, repito, NENHUM município do estado do Rio de Janeiro tenha alcançado a meta de cobertura da vacinação contra gripe.A campanha, que começou há mais de um mês e meio, alcançou um pouco mais da metade da cobertura. Por este motivo, a  Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro – SES/RJ prorrogou o prazo para vacinação até o dia 15 de junho.

A imprensa tem divulgado muito pouco a campanha de vacinação. Sendo assim, muitas pessoas desconhecem a existência da campanha, além de abrir espaço para o surgimento de informações falsas sobre as vacinas. É fundamental que a mídia divulgue e esclareça assuntos de real importância para a população. As vacinas atualmente estão cada vez mais seguras e são as principais armas que temos contra as doenças preveníveis.

Tem prioridade para a vacinação gratuita:
– Crianças de 6 meses a 6 anos. incompletos (5 anos, 11 meses e 29 dias)
– Gestantes.
– Mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias.
– Pessoas com mais de 60 anos.
– Profissionais da saúde.
– Professores da rede pública e particular.
– População indígena.
– Portadores de doenças crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide.
– Indivíduos imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia.
– Portadores de trissomias, como as síndromes de Down e de Klinefelter.
– Pessoas privadas de liberdade.
– Adolescentes internados em instituições socioeducativas, como a Fundação Casa.

Vamos todos nos informar, vacinar e ajudar a divulgar a campanha !!

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Inteligência Artificial avança no campo dos medicamentos

Há algumas semanas, fiz um post comentando sobre os limites da inteligência artificial. Ontem foi publicado, em um importante site internacional de negócios e economia, uma notícia que demonstra bem o grande potencial da inteligência artificial na área da saúde.
A Recursion, uma das maiores empresas  no emprego de inteligência artificial na indústria farmacêutica, divulgou que abrirá uma parte do seu gigantesco banco de dados e convidará a comunidade científica para o desenvolvimento de novas tecnologias para a descoberta de novos medicamentos. Com isso, abre a perspectiva de que novos medicamentos cheguem ao mercado com maior velocidade, além de possibilitar às empresas menores, limitadas por custos proibitivos da pesquisa neste ramo, que tenham a possibilidade de produzir remédios para segmentos específicos.
Parabéns à empresa Recursion pela iniciativa.

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