Água que passarinho não bebe

Nos últimos dias, os moradores da Zona Oeste e Zona Norte de nossa cidade têm recebido uma água turva, com odor forte e sabor de terra. Além disso, as UPAs de Campo Grande e de Santa Cruz tiveram mais do que o dobro dos atendimentos que costumavam ter de casos com gastroenterite, diarreia e vômitos.

Segundo a CEDAE, a água está turva pela presença de geosmina e que esta é uma substância inofensiva, produzida por algas. Mas o que ela não diz é que esta substância em altas concentrações pode, sim, ser tóxica e causar náuseas. O que ela não diz, também, é que a presença da geosmina indica a proliferação de outros microrganismos que produzem toxinas que podem atingir o fígado e o sistema nervoso central.

Diante desta situação, vale seguir as recomendações do Prof. Gandhi Giordano, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UERJ. Diz ele: “Acredite na sua percepção. Coloque a água em copo transparente e observe. Se ela possuir cor ou odor estranhos, não beba. Essa água não é potável”. E continua: “Dependendo do estado da água, até escovar os dentes pode conter riscos de contaminação”.

Mesmo quando já estiver recebendo a água limpa, a população que percebeu este problema, deve lavar bem a caixa d’água, pois esse recipiente foi contaminado. Além disso, é importante trocar o filtro por outro, de preferência com vela de carvão ativado, para ter a certeza que o excesso de cloro também está sendo filtrado.

Agora, é importante que as Vigilâncias Sanitárias do estado e do município, bem como os vereadores de nossa cidade, cumpram seu papel de fiscalização. Entendo como indícios de negligência da CEDAE o fato de não ter percebido, minimamente, a turbidez da água antes de tê-la distribuído.

Por fim, este episódio reforça, também, a importância do investimento no reflorestamento e na despoluição dos rios. Caso contrário, continuamos recebendo água que passarinho não bebe…

Saúde e Educação: sempre unidos, sempre esquecidos

O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) publicou, neste mês de dezembro, uma pesquisa, realizada entre os anos de 2001 e 2013, sobre como atrair médicos para as áreas mais carentes destes profissionais. Foi observado que, embora também de grande relevância, os salários e a infraestrutura não foram os fatores que mais influenciaram na escolha do local de trabalho. Os estudos revelaram que o que mais pesou na opção pela região onde trabalhar foi a proximidade dos locais onde residem ou estudaram.

Segundo as pesquisas do Prof. Dr. Mário Scheffer (Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ocorreu um crescimento linear na proporção de médicos de 1980 (1,15 médicos/1000 habitantes) até 2015 (2,11 médicos/1000 habitantes), quando iniciou um crescimento menos acelerado e fechou o ano de 2018 com 2,18 médicos/1000 habitantes. Porém, sempre foi constatado que persiste a desigualdade na distribuição dos médicos, com maior concentração deles nas regiões Sudeste e Sul e, principalmente, nas capitais dos estados (interior do Rio de Janeiro com 2,11 médicos/1000 habitantes e o interior do Piauí com 0,01 médicos/1000 habitantes).

De volta à pesquisa do IEPS, fica demonstrado melhor custo-benefício no investimento em construção de novas escolas de Medicina, em relação aos recursos utilizados nos programas governamentais dos modelos “Mais Médicos” ou “Médicos Pelo Brasil”.

Sendo assim, penso que o Ministério da Saúde deveria rever a estratégia que visa a melhoria na distribuição dos médicos pelo Brasil, com objetivo de aumentar a abrangência da assistência à saúde em nosso país. Se a intenção é o desenvolvimento, é imperativo e urgente investir em Saúde e Educação, e não só utilizar como apenas bandeiras de campanha eleitoral.

A Crise do Município é Falsa, segundo Crivella

Em meio às afirmações incoerentes, ida do prefeito à Brasília em busca de recursos e arrestos de recursos municipais por ordem do Tribunal Regional do Trabalho, a crise se prolonga e é estendida a outras categorias profissionais além da Saúde.

Com a determinação de Crivella em suspender os pagamentos, o dia foi pautado por manifestações dos servidores em frente à sede da prefeitura do Rio.

Enquanto isso, sofrem os funcionários com as contas atrasadas e sofre a população com a precariedade na assistência à Saúde.

Apesar disso, Crivella ainda insiste em vir a público para afirmar que a crise é falsa. Definitivamente, o Rio não merece os políticos que tem. No próximo ano, não vamos reeleger ninguém!

E a Saúde? Tudo bem?

Continua a crítica a situação da saúde municipal no Rio de Janeiro. Enquanto várias unidades estão fechadas, as outras estão super lotadas.

Hoje, o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal retornou à mídia para trazer os números da Saúde. No início do ano, foram aprovados R$ 5,3 bilhões (previstos com arrecadação até o final de dezembro) para serem aplicados na Saúde. Até o momento, dos R$ 4,3 bilhões, que constam como gastos, só foram pagos R$ 3,9 bilhões. A conta não fecha? Segundo o vereador, os R$ 400 milhões que faltam foram gastos, ainda no mês de fevereiro, em praças e campos de futebol para satisfazer outros vereadores. Penso que, aqui, vale perguntar. Por que esta mesma Comissão de Saúde da Câmara Municipal não se manifestou à época? Por que só apareceu agora, depois de meses de atrasos de pagamento ao funcionalismo público e após verdadeiro caos instalado na rede municipal? Por que nada fez quando foram demitidos 2500 profissionais de saúde, com a extinção de 200 equipes da estratégia saúde da família?

O Tribunal Regional do Trabalho determinou novo arresto de R$ 325 milhões (quantia igual à que determinou no arresto anterior, suspenso pelo Tribunal Superior do Trabalho). A Prefeitura já sinalizou que vai recorrer…

Agora eu entendi por quê nosso prefeito disse que “Esse é o nosso Rio de Janeiro. É uma esculhambação completa”.

Última pergunta: Quem votou contra o impeachment do Crivella?

O esfacelamento da Saúde no Rio de Janeiro

A saúde pública no Rio de Janeiro está esfacelada. A crise atinge às unidades de saúde administradas por diversos modelos de gestão, seja por OSs, por empresas públicas ou com servidores concursados. Isso demonstra que o problema não está em quem, mas como esta gestão é feita. Por incompetência, ou má-fé, o fato é que a rede pública está desabastecida e sem condições de trabalho para os profissionais de saúde que, além de terem seus salários atrasados há meses, ficam expostos à precariedade da situação.

Me causa espanto, a colocação da Secretaria Municipal de Saúde, em um tom de (pasmem) indignação, afirmar que “TODAS as unidades seguem de portas abertas, funcionando com classificação de risco, priorizando o atendimento aos casos mais graves e urgentes – como é praxe em hospitais de urgência e emergência”, disse a Secretária Municipal de Saúde como se tudo estivesse de acordo com a normalidade. Por outro lado, equipes de jornalismo que percorreram a rede, desmentem este fato.

Ainda a SMS diz em nota enviada pela Prefeitura que “os sindicatos se comprometeram com a justiça a manter 50% do efetivo” e que “as direções das unidades cobram esse efetivo e fiscalizam se o acordo está sendo cumprido por parte do sindicato”. Seria essa, realmente, a postura que o Poder Executivo deveria tomar? Se posicionar como “fiz o que tinha que fazer” e transferir a responsabilidade de cumprimento e fiscalização do acordo para terceiros?

Embora tardiamente, a Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores fez uma vistoria, no último sábado, e constatou a falta de condições de trabalho e de profissionais de saúde. Certo, mas, na prática, tomarão alguma ação efetiva para buscar uma solução do problema?

Muito preocupante não ver nenhuma informação ou atitude concreta em relação ao fato gerador de toda essa situação.

Afinal, quando virão os recursos para abastecimento e pagamento dos profissionais de saúde?

Informe CREMERJ

Não bastasse a má gestão municipal que temos assistido, agora vemos as OSs, mais uma vez, tentar precarizar a atividade médica, através de práticas predatórias e desrespeitosas. A imposição que essas empresas estão colocando para os médicos se tornarem pessoa jurídica, trata-se de um ato ilícito que deve ser, veementemente, repudiado pela categoria que, por sua vez, precisa do apoio irrestrito do CREMERJ e do sindicato.

OSs como INSTITUTO GNOSIS, CEP 28 e VIVA RIO já foram alvo de objeções apontadas pelo Tribunal de Contas do Município em auditorias realizadas. Se o controle da Prefeitura é falho, cabe à Câmara dos Vereadores, responsável pela aprovação do orçamento destinado a essas empresas, fiscalizar e apontar as transgressões.

Não digo que todas as OSs são fraudulentas. Existem empresas sérias e que desenvolvem um bom trabalho. Mas, o Poder Municipal precisa “separar o joio do trigo” e não manter os contratos das OSs que têm estas condutas aviltantes ou, até mesmo, ilícitas.

Corretíssimo o Guga!!

A matéria é do ano passado e, felizmente, a MP 481 não vingou. Porém, o Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário ainda estão aí, retirando bilhões dos impostos que pagamos, para financiar partidos políticos, quer concordemos ou não.

Quem quiser se candidatar a um mandato, que financie a própria campanha.
Infelizmente, apenas o Partido NOVO tem esta postura.

Veja a matéria aqui

Que política queremos?

Por vezes me pergunto por quê se perde tanto tempo na mídia com trocas de acusações, como se estivéssemos eternamente na polarização de uma campanha eleitoral, enquanto o país necessita de ideias, projetos e ações. Não é novidade para ninguém o grande potencial que tem o Brasil. Porém, nosso crescimento é cerceado pelo egoísmo e egocentrismo de boa parte de nossa classe política, cujos objetivos são vantagens financeiras e poder. Frequentemente, vemos a atividade parlamentar se limitar às articulações políticas, com objetivos, estritamente, pessoais ou partidários. Em outras ocasiões, os políticos se prendem a discussões sobre falas de adversários, não raro fora de contexto, na clara intenção de jogar a opinião pública contra eles, ou ainda, jogar uma “cortina de fumaça” para encobrir atos pouco republicanos.

O país necessita de uma atuação mais digna de nossos mandatários, com foco no bem-estar da nossa população. Precisamos, sim, de ações sociais para os mais carentes, bem como um ambiente propício ao empreendedorismo, para que haja geração de empregos e riquezas para o Brasil. Também não podemos esquecer do nosso capital intelectual, que vem em uma crescente exportação em busca de melhores oportunidades. É prioritário uma atenção especial ao ensino e pesquisa para a prosperidade de qualquer país. É imperativo uma limpeza em nossa classe política, para que lá permaneçam apenas pessoas abnegadas de interesses pessoais e que tenham como objetivo único trabalhar em prol do Brasil.

Não há mais espaço para a velha política.

Legal, mas … moral?

Mais uma manobra jurídica para demonstrar que legalidade, justiça e moralidade nem sempre andam de mãos dadas.

A iniciativa da defesa de José Dirceu em solicitar a prescrição dos crimes cometidos pelo petista, caso seja acatada, irá configurar, como dito na matéria, mais um “tapa na cara” da sociedade.

Quando não há punição, ou quando esta é menor do que o benefício recebido, a mensagem passada é de que o crime compensa. Protelar o processo até que corra o tempo para sua prescrição é uma das estratégias mais antigas e conhecidas. O Poder Judiciário, ao permitir que isso aconteça, se torna conivente com essa prática. É fundamental que a lei seja aplicada com o rigor necessário, para que a população volte a ter esperança.

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Almoço grátis


É lamentável que a mais alta corte de nosso país continue fornecendo notícias como esta. Exatamente de onde esperamos o maior senso de justiça, temos observado a falta de sensibilidade para reconhecer a crise pela qual estamos passando. Não existe almoço grátis. Esta conta, absurdamente cara, continua sendo paga com o dinheiro de impostos cobrados de uma população que, na sua enorme maioria, trabalha de forma sobre-humana para colocar na sua mesa uma alimentação muito mais simples e quase sempre insuficiente.

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