
Nos últimos dias, os moradores da Zona Oeste e Zona Norte de nossa cidade têm recebido uma água turva, com odor forte e sabor de terra. Além disso, as UPAs de Campo Grande e de Santa Cruz tiveram mais do que o dobro dos atendimentos que costumavam ter de casos com gastroenterite, diarreia e vômitos.
Segundo a CEDAE, a água está turva pela presença de geosmina e que esta é uma substância inofensiva, produzida por algas. Mas o que ela não diz é que esta substância em altas concentrações pode, sim, ser tóxica e causar náuseas. O que ela não diz, também, é que a presença da geosmina indica a proliferação de outros microrganismos que produzem toxinas que podem atingir o fígado e o sistema nervoso central.
Diante desta situação, vale seguir as recomendações do Prof. Gandhi Giordano, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UERJ. Diz ele: “Acredite na sua percepção. Coloque a água em copo transparente e observe. Se ela possuir cor ou odor estranhos, não beba. Essa água não é potável”. E continua: “Dependendo do estado da água, até escovar os dentes pode conter riscos de contaminação”.
Mesmo quando já estiver recebendo a água limpa, a população que percebeu este problema, deve lavar bem a caixa d’água, pois esse recipiente foi contaminado. Além disso, é importante trocar o filtro por outro, de preferência com vela de carvão ativado, para ter a certeza que o excesso de cloro também está sendo filtrado.
Agora, é importante que as Vigilâncias Sanitárias do estado e do município, bem como os vereadores de nossa cidade, cumpram seu papel de fiscalização. Entendo como indícios de negligência da CEDAE o fato de não ter percebido, minimamente, a turbidez da água antes de tê-la distribuído.
Por fim, este episódio reforça, também, a importância do investimento no reflorestamento e na despoluição dos rios. Caso contrário, continuamos recebendo água que passarinho não bebe…