O corpo no seu tempo

A perimenopausa (período que antecede a menopausa) e suas alterações geralmente começam após os 40 anos.

Algumas mudanças estão relacionadas à diminuição na produção de hormônio, mas outras podem estar relacionadas a problemas clínicos ou efeitos da idade.

Entre as causas não hormonais podemos destacar problemas da tireoide, depressão ou efeitos colaterais de alguns medicamentos.

Portanto, é importante comunicar qualquer alteração no corpo para seu médico.

Indicações para terapia da reposição hormonal (TRH)

Você sabe quando precisa fazer uma reposição hormonal?

Segundo a Sociedade Brasileira de Climatério, ela está indicada nas seguintes situações:

–  Sintomas vasomotores ou fogachos: ondas de calor que vem e vão de repente, geralmente na cabeça e busto, às vezes seguidas de muito suor.

–  Sintomas geniturinários: ressecamento vaginal e pequenas perdas de urina quando tosse ou espirra.

–  Prevenção da perda de massa óssea: no exame chamado densitometria óssea, é observado que os ossos estão mais “porosos” e, consequentemente, mais frágeis e com maior risco de fraturas.

–  Falência ovariana prematura: também chamada de menopausa precoce, é quando a menstruação cessa muito cedo.

Em qualquer desses casos, é importante o acompanhamento de um especialista para indicar qual o tipo, dose e duração da terapia de reposição hormonal mais adequada para você.

IST no Climatério?

Com o avanço no tratamento dos distúrbios sexuais, passou a ser observado um crescimento nas infecções sexualmente transmissíveis nos homens e mulheres acima de 45 anos.

Trata-se de um fenômeno não só do Brasil, mas observado por artigos científicos do Canadá, Estados Unidos, Austrália e países da Europa.

As principais razões alegadas são que:

  • As pessoas mais velhas estão mais ativas, logo, mais propensas à atividade sexual;
  • Aumento de drogas para disfunção erétil, com homens mais velhos e sexualmente ativos;
  • Maior número de divórcios na meia idade;
  • Crescimento de plataformas online para encontros, com desconhecimento dos antecedentes e da história sexual dos parceiros;
  • Baixa percepção de risco e pouco uso de preservativo, pois não precisa mais prevenir a gravidez e ocorre uma priorização da intimidade acima dos riscos de novos relacionamentos;
  • Falta de educação formal sobre sexo seguro.

E ninguém fala sobre isso:

  • Constrangimento em discutir sexo e IST em geral, tanto médicos quanto pacientes, principalmente com a população mais velha;
  • Poucas pessoas pedem para serem testadas e poucos médicos oferecem o exame;
  • Assim como acontece no HIV, o diagnóstico tardio aumenta o risco de transmissão e as complicações;
  • Particularmente no HIV, os sintomas como fadiga, fraqueza e perda de memória podem ser confundidos com sinais da idade e outras condições clínicas.

Por tudo isso, entendo como extremamente importante a formulação de campanhas para sexo seguro na maturidade.

Pílulas…

Em 1960 começou a ser comercializado o método contraceptivo mais utilizado hoje em dia, a pílula anticoncepcional.

Além de evitar a gravidez, ela também pode ajudar no controle da TPM e diminuir o fluxo menstrual intenso.

Existem vários tipos de hormônios e composições nas diversas pílulas disponibilizadas, o que as tornam bem diferentes e, portanto, a escolha deve ser individualizada.

Sempre converse com seu médico para ver qual é a mais adequada para você.

Feita a escolha, aqui vão algumas dicas:

–  A pílula que é boa para a amiga não é, necessariamente, a melhor para você.

–  Escolha o horário mais confortável para você tomá-la e procure mantê-lo, pois a ação dos comprimidos dura cerca de 24 horas.

–  Respeite os intervalos entre as cartelas, conforme orientação de seu médico.

–  Nunca interrompa uma cartela no meio e rola sem falar com seu ginecologista.

–  A proteção contra a gravidez já começa na primeira cartela, portanto, não há a necessidade de usar outro método para “garantir” a primeira cartela.

–  Lembre-se que a pílula evita a gravidez, não as infecções sexualmente transmissíveis. Para a proteção delas, o mais indicado é o uso de preservativos.