Ataque aéreo !!

Com as chuvas, aumentam as chances de coleções de água parada que servem como criadouros de mosquitos como, por exemplo, o aedes aegypti.

O acesso a esses verdadeiros reservatórios de larvas do mosquito nem sempre é simples. Locais de difícil acesso, ou mesmo imóveis particulares e abandonados, podem abrigar terrenos baldios com estes nascedouros.

A Prefeitura poderia utilizar drones, como os utilizados na agricultura. Eles serviriam para identificar estes focos e combatê-los, com pulverização de inseticida nestes reservatórios de água parada.

E continua a saga do Cabral …

Mesmo após o presidente da CEDAE, Hélio Cabral, pedir desculpas à população pelos “transtornos”, a água das torneiras na Zona Norte, Zona Leste e Baixada Fluminense continua suja. “A água que sai da minha torneira eu bebo”, afirmou Cabral. Será que ele mora em algum desses locais?

A companhia prometeu que, na próxima semana, a água proveniente do Guandú já estará límpida e sem cheiro. A sugestão dada à população foi de esvaziar a caixa d’água e limpá-la. Certo, mas quem pagará pela água suja jogada fora? Haverá um desconto na próxima conta? A despesa na compra de garrafões de água limpa, a preços abusivos, vai ser ressarcida?

Pergunte ao Cabral…

Finalmente chegou !!

Em falta, desde outubro, em quase todo o Brasil, o governo federal começou a distribuir 1,7 milhão de doses da vacina pentavalente, para vários estados. Esta vacina é importada e, em julho de 2019, os lotes recebidos para teste no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foram reprovados nos testes de qualidade.

Apesar do Ministério da Saúde ter solicitado reposição do fornecimento à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), não havia disponibilidade imediata. Devido a estes fatos, acrescido da nossa necessidade mensal de 800 mil doses, os estoques se esgotaram em praticamente todo o país no mês de outubro.

Com a chegada dos novos lotes, já devidamente aprovados, a distribuição foi reiniciada e deve ser normalizada até o mês de março.

Esta é uma vacina para proteção contra tétano, coqueluche, hepatite b, difteria e contra a bactéria haemophilus influenzae tipo B, responsável por problemas respiratórios ou, até meningite.

Ela deve ser aplicada nas crianças com 2, 4 e 6 meses de idade. O reforço, em crianças com mais de um ano, é realizado pela vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTPa).

O Ministério da Saúde tem estudado estratégias para produção nacional da vacina pentavalente. Ficaremos na torcida para que se conclua este projeto.

SEGURANÇA DO TRABALHO 2

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

Você é livre, no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas” (Immanuel Kant).

LEGISLAÇÃO PARA ACIDENTES DE TRABALHO

Existe em nossa legislação uma Lei que define Acidente de Trabalho. Segundo o Artigo 19 da Lei 8.213/91, define-se por acidente do trabalho “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO  (NTEP)

O NTEP, a partir do cruzamento das informações de código da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e do código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE aponta a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. A indicação de NTEP está embasada em estudos científicos alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia. A partir dessa referência, a medicina pericial do INSS ganha mais uma importante ferramenta auxiliar em suas análises, para conclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho apresentada, se de natureza previdenciária ou acidentária.

O NTEP foi implementado nos sistemas informatizados do INSS, para concessão de benefícios, em abril de 2007 e de imediato provocou uma mudança radical no perfil da concessão de auxílios-doença de natureza acidentária: houve um incremento da ordem de 148%. Este valor permite considerar a hipótese que havia um mascaramento na notificação de acidentes e doenças do trabalho.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 

É um registro que obriga e universaliza as notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta intervenção. Para a construir o Sistema de Doenças de Notificação Compulsória (SDNC), cria-se uma Lista de Doenças de Notificação Compulsória (LDNC), cujas doenças são selecionadas através de determinados critérios como: magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle, compromisso internacional com programas de erradicação, etc. Devido as alterações no perfil epidemiológico, a implementação de outras técnicas para o monitoramento de doenças, tem a necessidade de constantes revisões periódicas na LDNC no sentido de mantê-la atualizada. A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente.

A seguir uma pequena amostra dessa lista: – Acidentes de Trabalho, Acidentes com animais Peçonhentos,  Acidentes com animais transmissor da raiva, etc

NÍVEIS DE PREVENÇÃO

Não é de hoje que os acidentes de trabalho no Brasil acontecem por uma causa bem simples: Falta de Treinamento. Falta de Prevenção! Algumas empresa hoje em dia não querem para sua produção nas indústrias ou na construção civil para que seu funcionários e colaboradores participem de um treinamento ou As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho. Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam em: 

  • Sofrimento físico e mental; 
  • Cirurgias e remédios; 
  • Próteses e assistência médica; 
  • Fisioterapia e assistência psicológica; 
  • Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; 
  • Diminuição do poder aquisitivo; 
  • Desamparo à família; 
  • Estigmatização do acidentado; 
  • Desemprego; 
  • Marginalização; 
  • Depressão e traumas.

Água que passarinho não bebe

Nos últimos dias, os moradores da Zona Oeste e Zona Norte de nossa cidade têm recebido uma água turva, com odor forte e sabor de terra. Além disso, as UPAs de Campo Grande e de Santa Cruz tiveram mais do que o dobro dos atendimentos que costumavam ter de casos com gastroenterite, diarreia e vômitos.

Segundo a CEDAE, a água está turva pela presença de geosmina e que esta é uma substância inofensiva, produzida por algas. Mas o que ela não diz é que esta substância em altas concentrações pode, sim, ser tóxica e causar náuseas. O que ela não diz, também, é que a presença da geosmina indica a proliferação de outros microrganismos que produzem toxinas que podem atingir o fígado e o sistema nervoso central.

Diante desta situação, vale seguir as recomendações do Prof. Gandhi Giordano, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UERJ. Diz ele: “Acredite na sua percepção. Coloque a água em copo transparente e observe. Se ela possuir cor ou odor estranhos, não beba. Essa água não é potável”. E continua: “Dependendo do estado da água, até escovar os dentes pode conter riscos de contaminação”.

Mesmo quando já estiver recebendo a água limpa, a população que percebeu este problema, deve lavar bem a caixa d’água, pois esse recipiente foi contaminado. Além disso, é importante trocar o filtro por outro, de preferência com vela de carvão ativado, para ter a certeza que o excesso de cloro também está sendo filtrado.

Agora, é importante que as Vigilâncias Sanitárias do estado e do município, bem como os vereadores de nossa cidade, cumpram seu papel de fiscalização. Entendo como indícios de negligência da CEDAE o fato de não ter percebido, minimamente, a turbidez da água antes de tê-la distribuído.

Por fim, este episódio reforça, também, a importância do investimento no reflorestamento e na despoluição dos rios. Caso contrário, continuamos recebendo água que passarinho não bebe…

Criatividade e eficácia

Tilápia do Nilo

O Hospital Municipal Souza Aguiar é a primeira unidade de saúde do Estado do Rio de Janeiro a realizar tratamento de queimados com pele de tilápia.

Esta técnica inovadora vem sendo aplicada há alguns anos, em caráter experimental, pelo Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), em Fortaleza, Ceará. Os resultados têm se mostrado muito promissores. Além de seu baixo custo, este curativo biológico se mantém eficaz por vários dias, o que evita a sempre dolorosa troca diária do curativo tradicional em queimaduras.

Em outros países também são utilizadas peles de animais, principalmente do porco, para este tipo de tratamento. Porém, além da grande facilidade e velocidade de reprodução da tilápia, elas têm uma menor possibilidade de transmitir doenças do que os animais terrestres.

Mais um ponto para a criatividade, competência e criatividade de nossos cientistas!

SEGURANÇA DO TRABALHO 1

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição” (Simón Bolivar).

Você sabe o que é Segurança do Trabalho?

Na sua empresa você já viu ou ouviu alguém dizer: “ Xiii… “fulando” sofreu acidente um acidente de trabalho”.

Ou então: “Hum, lá vem aquele “chato” que fica pedindo para usar EPI”.

Pois bem, esse chato é o Técnico de Segurança do Trabalho e o responsável pela prevenção dos acidentes.

Mas e Segurança do Trabalho, o que é?

“Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador”.

HISTÓRIA DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NO MUNDO

Bernardino Ramazzini, médico italiano nascido em Carpi, em 1633, é considerado o pai da Medicina do Trabalho (MT) pela contribuição do livro As Doenças dos Trabalhadores, publicado em 1700 e traduzido para o português pelo Dr. Raimundo Estrela. Nele, o autor relaciona 54 profissões e descreve os principais problemas de saúde apresentados pelos trabalhadores, chamando a atenção para a necessidade de os médicos conhecerem a ocupação atual e pregressa de seus pacientes ao fazer o diagnóstico correto e adotar os procedimentos adequados.

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, desencadeou transformações radicais na forma de produzir e de viver das pessoas e, consequentemente, deu novo impulso à MT. Desde então, acompanhando as mudanças e exigências dos processos produtivos e dos movimentos sociais, suas práticas têm se transformado, incorporando novos enfoques e instrumentos de trabalho, em uma perspectiva interdisciplinar, delimitando o campo da Saúde Ocupacional e, mais recentemente, da Saúde dos Trabalhadores.

HISTÓRIA DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NO BRASIL

No Brasil, em 1921, foi criada a Inspeção do Trabalho, circunscrita ao Rio de Janeiro. Com a reforma constitucional de 1926, estabeleceu-se a competência da União para legislar sobre o assunto. E em 1931, durante o governo Getúlio Vargas, foi criado o Departamento Nacional do Trabalho, com a função de fiscalizar o cumprimento de leis sobre acidentes laborais, jornada, férias, organização sindical e trabalho de mulheres e menores. Um ano depois, foram criadas as inspetorias regionais nos estados da federação, posteriormente transformadas em Delegacias Regionais do Trabalho.

A obrigatoriedade de comunicação de acidentes dessa natureza à autoridade policial foi estabelecida por decreto, em 1934, pelo Departamento Nacional do Trabalho, que também previa a imposição de multas administrativas. Decretos-lei de 1940, por exemplo, definiam a competência do Ministério da Agricultura para fiscalizar e estabelecer normas de trabalho nas minas.

O crescimento das indústrias resultou no aumento do número de trabalhadores urbanos, o que, consequentemente, trouxe novas preocupações para o governo brasileiro. É nesse cenário que surge no país, em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, com ela, as primeiras referências à higiene e segurança no trabalho.

Na década de 1940, também emergem as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas), organizadas pelas empresas. A Portaria do Ministério do Trabalho que criou as Cipas foi estruturada pela Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e é considerada uma das medidas mais efetivas no contexto das ações para prevenção dos acidentes do trabalho. As primeiras comissões trouxeram bons resultados e incentivaram a realização de congressos sobre prevenção de acidentes. Os médicos passaram a se dedicar mais às doenças específicas dos trabalhadores, principalmente àquelas que atingiam um grupo maior na época, como era o caso da intoxicação por chumbo. Tal preocupação obrigou os médicos a aprimorar seus estudos e as empresas a investir na Saúde Ocupacional.

DEFINIÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHO PELA OIT 1950

Em 1947, a OIT adota a Convenção nº 81, que estabelece que cada membro da organização deve ter um sistema de inspeção do trabalho nos estabelecimentos industriais e comerciais. A experiência dos países industrializados transformou-se na Recomendação nº 112, de 1959, estabelecida pela OIT, que tratava dos “Serviços de Medicina do Trabalho”. Posteriormente, ela foi substituída pela Convenção nº 161 da OIT, de 1985, e sua respectiva Recomendação, de nº 171.

No Brasil, esse desenvolvimento ocorreu tardiamente e reproduziu o processo dos países do Primeiro Mundo. No campo das instituições, destaca-se também a criação da Fundacentro (1966), versão nacional dos modelos de institutos desenvolvidos no exterior a partir da década de 1950.

No fim da década de 1960, a medicina do trabalho já contava com uma legislação específica, o que melhorou a fiscalização. O setor estava se ampliando, e os médicos brasileiros relacionados à área que compareciam aos congressos internacionais sentiram a necessidade de uma associação onde pudessem se reunir para atualizar e trocar conhecimentos. É nesse cenário que surge, em 26 de março de 1968, por iniciativa do médico Oswaldo Paulino, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Formalmente, a medicina do trabalho foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2003, por meio da resolução CFM 1643.

Saúde e Educação: sempre unidos, sempre esquecidos

O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) publicou, neste mês de dezembro, uma pesquisa, realizada entre os anos de 2001 e 2013, sobre como atrair médicos para as áreas mais carentes destes profissionais. Foi observado que, embora também de grande relevância, os salários e a infraestrutura não foram os fatores que mais influenciaram na escolha do local de trabalho. Os estudos revelaram que o que mais pesou na opção pela região onde trabalhar foi a proximidade dos locais onde residem ou estudaram.

Segundo as pesquisas do Prof. Dr. Mário Scheffer (Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ocorreu um crescimento linear na proporção de médicos de 1980 (1,15 médicos/1000 habitantes) até 2015 (2,11 médicos/1000 habitantes), quando iniciou um crescimento menos acelerado e fechou o ano de 2018 com 2,18 médicos/1000 habitantes. Porém, sempre foi constatado que persiste a desigualdade na distribuição dos médicos, com maior concentração deles nas regiões Sudeste e Sul e, principalmente, nas capitais dos estados (interior do Rio de Janeiro com 2,11 médicos/1000 habitantes e o interior do Piauí com 0,01 médicos/1000 habitantes).

De volta à pesquisa do IEPS, fica demonstrado melhor custo-benefício no investimento em construção de novas escolas de Medicina, em relação aos recursos utilizados nos programas governamentais dos modelos “Mais Médicos” ou “Médicos Pelo Brasil”.

Sendo assim, penso que o Ministério da Saúde deveria rever a estratégia que visa a melhoria na distribuição dos médicos pelo Brasil, com objetivo de aumentar a abrangência da assistência à saúde em nosso país. Se a intenção é o desenvolvimento, é imperativo e urgente investir em Saúde e Educação, e não só utilizar como apenas bandeiras de campanha eleitoral.