Hoje fui procurado por uma mãe que trouxe sua filha, de 13 anos, para saber se a menina ainda era virgem.
Expliquei a ela que relação sexual nesta idade, mesmo consentida, é crime e, portanto, se trata de um exame de corpo de delito, que só pode ser realizado por perito oficial.
Mas, o que é mais importante? A virgindade ou apoio e orientação?
É muito mais seguro ensinar a nadar do que cercar a piscina!
Mais importante do que saber se houve ou não relação sexual, é orientá-la sobre os riscos e medidas protetivas, principalmente, sobre infecções sexualmente transmissíveis e gestações não esperadas, além do impacto que isso teria na vida dela.
Importante saber que é um método mais eficiente que o masculino, seja para contracepção, uma vez que não sai durante a relação, ou para proteção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), pois oferece uma cobertura de proteção maior do que a camisinha do homem.
Além disso, a camisinha feminina é feita de borracha nitrílica, sendo uma ótima opção para quem tem alergia ao látex, material utilizado na versão masculina.
Clique aqui para acessar o excelente vídeo do Ministério da Saúde com o passo a passo de sua utilização.
Se tiver alguma dúvida, escreva aqui nos comentários 👍🏻
Com o avanço no tratamento dos distúrbios sexuais, passou a ser observado um crescimento nas infecções sexualmente transmissíveis nos homens e mulheres acima de 45 anos.
Trata-se de um fenômeno não só do Brasil, mas observado por artigos científicos do Canadá, Estados Unidos, Austrália e países da Europa.
As principais razões alegadas são que:
As pessoas mais velhas estão mais ativas, logo, mais propensas à atividade sexual;
Aumento de drogas para disfunção erétil, com homens mais velhos e sexualmente ativos;
Maior número de divórcios na meia idade;
Crescimento de plataformas online para encontros, com desconhecimento dos antecedentes e da história sexual dos parceiros;
Baixa percepção de risco e pouco uso de preservativo, pois não precisa mais prevenir a gravidez e ocorre uma priorização da intimidade acima dos riscos de novos relacionamentos;
Falta de educação formal sobre sexo seguro.
E ninguém fala sobre isso:
Constrangimento em discutir sexo e IST em geral, tanto médicos quanto pacientes, principalmente com a população mais velha;
Poucas pessoas pedem para serem testadas e poucos médicos oferecem o exame;
Assim como acontece no HIV, o diagnóstico tardio aumenta o risco de transmissão e as complicações;
Particularmente no HIV, os sintomas como fadiga, fraqueza e perda de memória podem ser confundidos com sinais da idade e outras condições clínicas.
Por tudo isso, entendo como extremamente importante a formulação de campanhas para sexo seguro na maturidade.
O câncer de colo de útero é uma infecção sexualmente transmissível?
Bem, se você considerar que quase a totalidade deles é causado por um vírus, chamado HPV, que é transmitido, principalmente, através de relações sexuais, você pode chamar sim de uma IST.
Sendo assim, este é um dos poucos tumores malignos que são evitáveis.
Para isso, existem duas formas bem eficazes.
A primeira seria a vacina, que deve ser aplicada, preferencialmente, antes que tenha a sua primeira relação sexual.
A segunda seria o uso de preservativo em todas as relações sexuais.
Mas, nenhuma delas dispensa que você faça seus preventivos ginecológicos regularmente.
Se houver qualquer falha na prevenção, o HPV se instalar e o exame detectar uma lesão inicial no colo do útero, ainda há tempo de tratar antes de virar um câncer.
O HPV é a abreviatura de Human Papilloma Virus, que significa Vírus do Papiloma Humano.
O fato do HPV ser o principal causador do câncer de colo de útero já é bastante divulgado. Mas, pouca gente sabe que existem mais de cem subtipos de HPV.
O HPV-6 e o HPV-11 estão entre os mais comuns e, felizmente, têm pouca chance de causar câncer. Em geral, eles provocam o crescimento de verrugas genitais, que no interior costumam ser chamadas de “crista de galo”, e são curadas através de cauterização ou mesmo retirada por bisturi.
Porém, mais de 13 subtipos são potencialmente perigosos e, no Brasil, o HPV-16 HPV-18 são responsáveis por cerca de aproximadamente 70% dos casos de câncer no colo do útero.
O problema é que, apesar desses tumores serem de crescimento lento, eles não provocam sintomas na sua fase inicial, tanto nos homens quanto nas mulheres. Só em fases mais avançadas que podem apresentar sangramentos, secreções vaginais ou, nos casos mais graves, dor abdominal com queixas urinárias ou intestinais.
Então, como as mulheres podem se defender?
Em primeiro lugar, temos a vacina contra o HPV.
Atualmente, o SUS oferece vacinação gratuita para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina também está disponível para a população de 9 a 26 anos que vive com HIV, pacientes oncológicos, submetidos a transplante de órgãos ou medula óssea, além das mulheres imunossuprimidas de 26 a 45 anos.
A utilização do preventivo é muito importante, mesmo que ofereça proteção menor contra o HPV, em relação às outras infecções sexualmente transmissíveis. Como a transmissão acontece pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada, o preservativo (principalmente o feminino) cobre uma boa área dos genitais.
Por fim, tem o preventivo ginecológico.
Antes de se desenvolver o câncer, o exame preventivo pode detectar o que chamamos de “lesões precursoras” e dá a chance, com o tratamento adequado, de impedir o surgimento do tumor.
A doença inflamatória pélvica (D. I. P.) é, geralmente, causada por uma infecção sexualmente transmissível.
Microrganismos como gonococo, clamídia, micoplasma, etc, sobem da vagina para o útero e, através das trompas, podem alcançar toda a pelve feminina.
Essa doença, além dos riscos imediatos de se tornar uma infecção grave que pode chegar a sepse, pode trazer danos permanentes nas trompas e ocasionar infertilidade.
Frequentemente, a mulher precisa internar para iniciar o tratamento com antibióticos potentes endovenosos, para depois dar continuidade ao tratamento em casa por vários dias.
Como disse acima, tudo começa com uma IST. Sendo assim, é muito importante a prevenção através do uso constante da camisinha.
Agora, caso você note corrimento com cheiro ruim, ardência quando for urinar, ou ainda sangramentos anormais, procure logo marcar uma consulta com o ginecologista.
No passado, havia a crença que o DIU poderia causar complicações infecciosas e até levar à sepse, pois as mulheres que utilizavam esse dispositivo apresentavam número maior de infecções, em relação às que não faziam uso dele.
Pesquisas posteriores demonstraram que, na verdade, o grupo das usuárias de DIU apresentava mais infecções porque abandonaram o uso de preservativo.
O DIU é um dos métodos anticoncepcionais mais seguros, porém é imprescindível visitar o ginecologista a cada 6 meses, ter atenção com a higiene pessoal e, principalmente no caso de não ter um parceiro fixo, manter relações sexuais com preservativo.
Mas esteja atenta a qualquer dor… sentir dor com o DIU não é normal e a causa deve ser investigada.
O herpes genital não tem uma cura definitiva porque o vírus não pode ser eliminado do corpo, e por isso, o que se pode fazer é somente controlar os sintomas, encurtando sua permanência e evitar que as feridinhas na pele apareçam novamente.
👉 O tratamento pode ser feito com remédios antivirais em forma de comprimidos, prescritos pelo(a) ginecologista. As feridinhas cicatrizam e desaparecem, levando à diminuição da vermelhidão, dor e coceira na região afetada, entre 7 e 10 dias.
⚠️ Durante este período é recomendado evitar o contato íntimo e não compartilhar a toalha de banho com outras pessoas da casa para evitar que o vírus se espalhe.
Além disso, o que se pode fazer para que as feridas desapareçam mais rápido é fortalecer o sistema imunológico, consumindo mais frutas ricas em vitamina C e ingerir alimentos ricos em lisina, que está presente no amendoim, por exemplo.
👉 Se o herpes genital resolver aparecer, siga o tratamento indicado para evitar contaminar outras pessoas e melhorar sua qualidade de vida, diminuindo a dor e o desconforto que este vírus provoca.
Você precisa fazer login para comentar.