Santo remédio!!

Quem nunca tomou, ou pior, passou um “remedinho muito bom”?

A automedicação é um dos graves problemas enfrentados na saúde do brasileiro. Um dos ditos mais antigos, e corretos, é o que “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”. Mesmo os considerados “inofensivos” por grande parte da população, como analgésicos, anti-inflamatórios ou antiácidos, podem trazer risco à saúde, seja por sua ação direta ou quando combinados com outros medicamentos. Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica (Sinitox), as principais causas de intoxicação humana são os medicamentos, estando acima das drogas, venenos e agrotóxicos.

Outra situação comum está ligada à nossa cultura de procurar diretamente especialistas, o que, por vezes, causa uma “fragmentação” no tratamento. Principalmente na população de mais idade, não é raro procurar vários especialistas e não relatar a eles todos os medicamentos que já vem utilizando. Além do risco de interações medicamentosas inadequadas, há o perigo de superdosagem por utilizar o mesmo princípio ativo várias vezes, com marcas diferentes, prescritas por profissionais diferentes que não tinham o conhecimento dos anteriores. Pesquisadores da Universidade Harvard realizaram um estudo, nos Estados Unidos, onde constataram que 39% da população acima de 65 anos utiliza 5 ou mais remédios prescritos. Já outra pesquisa, publicada na revista americana JAMA, constatou que se incluir outros medicamentos não prescritos, tais como suplementos, vitaminas, etc., o número chega a quase dois terços dos entrevistados. No Brasil, como o controle na venda dos medicamentos não é tão eficiente, estima-se que este percentual seja ainda maior.

Portanto, vale ressaltar o que não se deve utilizar, ou indicar, qualquer tipo de medicamento baseado em sintomas semelhantes em amigos ou familiares. Várias doenças podem apresentar sintomas parecidos, porém com tratamentos diferentes. Procure a orientação de seu médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, afinal, ele tem a formação necessária para diagnosticar, planejar o tratamento e prescrever o remédio mais adequado para seu caso.

Ah sim!  É importante levar a cada consulta médica a lista dos medicamentos em uso e seus respectivos horários. Com isso, evitará combinações medicamentosas prejudiciais, ou ainda, uso excessivo de um determinado princípio ativo com marcas diferentes.

Agora é a vez dos homens!

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, estando atrás apenas do câncer de pele. Novembro azul é um movimento que ocorre no mundo inteiro para reforçar a importância do rastreio e diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Infelizmente, a doença na sua fase inicial, a melhor para começar o tratamento, pode não apresentar sintomas. Outras vezes, o homem percebe dificuldade na na hora de urinar, diminuição do jato de urina, vontade de urinar mais vezes ao longo do dia ou da noite, ou até a presença de sangue na urina.

A dosagem sanguínea do antígeno prostático específico (P.S.A.) é um exame importante, porém, deve ser complementar ao exame físico com toque retal.

Só no ano passado, tivemos quase 70.000 novos casos desta doença no Brasil. Sendo assim, é muito importante que os homens com mais de 50 anos façam seus exames anualmente.

Não existe prevenção para o câncer de próstata, mas, se diagnosticado precocemente, tem 90% de chances de cura.

Eu já fiz meu exame. E você?

Esclarecimento

Estamos chegando ao final de outubro, mês da importante campanha contra o câncer de mama, tumor maligno muito frequente nas mulheres. Transcrevo abaixo um importante texto de esclarecimento escrito por algumas das principais entidades médicas no país.

“A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) se veem no dever de divulgar, mais uma vez, os esclarecimentos abaixo em resposta a posicionamentos nas mídias sociais que disseminam de maneira irresponsável informações distorcidas sobre a detecção e diagnóstico do câncer de mama. Assim, gostaríamos de afirmar:

• O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres e a principal causa de morte por tumor no Brasil e no mundo. Entretanto, no Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos, a mortalidade pelo câncer de mama continua aumentando.

• A causa do contínuo aumento da mortalidade é a falta de programas de rastreamento adequados ou a baixa adesão da população aos programas oferecidos – principalmente devido à falta de informação ou então acesso a informações distorcidas, como estas recentemente veiculadas. Também se deve a falta de acesso em tempo hábil aos tratamentos recomendados.

• Deve-se enfatizar que a mamografia é o único exame que, quando realizado de maneira sistemática a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, comprovadamente leva a uma redução da mortalidade pelo câncer de mama. Isso foi demonstrado através de grandes estudos realizados em mais de 500 mil mulheres, sendo observado uma redução da mortalidade que variou entre 10% a 35% no grupo de mulheres submetidas ao rastreamento em relação às que não eram submetidas.

• Dessa forma, as principais sociedades médicas no Brasil e no mundo são unânimes em recomendar o rastreamento mamográfico para as mulheres assintomáticas, iniciando a partir dos 40 anos ou 50 anos (dependendo do país), com uma periodicidade anual ou bienal (também variando em alguns países). No Brasil, as sociedades médicas recomendam o rastreamento mamográfico anual para as mulheres entre 40 a 75 anos.

O autoexame detecta o tumor quando o mesmo já está em uma fase adiantada, não tendo estudo que comprove qualquer benefício para a redução da mortalidade, não devendo ser adotado como método de rastreamento.

• O risco de câncer radioinduzido é extremamente baixo, tendo em consideração as doses de radiação envolvidas em cada exame. E não existe estudo que demonstre que os riscos excedem os benefícios, na faixa etária recomendada.

Citação de absurdos como “uma biópsia leva a desenvolver câncer” ou “que a radiação na mamografia é prejudicial” foge a compreensão de qualquer médico com um mínimo de conhecimento na área oncológica.
Dessa forma, a indignação é porque muitas mulheres que têm acesso a postagens e até vídeos fazendo tais afirmações podem considerar não realizar a mamografia. E isso pode significar a perda da chance de detectar o tumor de mama em uma fase inicial, em que se pode oferecer a possibilidade de cura e tratamentos menos agressivos.

Comissão Nacional de Mamografia – Colégio Brasileiro de Radiologia, Sociedade Brasileira de Mastologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Hoje é 18 de outubro: Dia do Médico !!

Médico é aquele cara que diz qual é a sua doença (mesmo que seja só uma virose), e lhe passa algum tratamento (mesmo que seja só dipirona). Médico é o rapaz da equipe de saúde que tem de assinar o atestado de óbito, e dizer para a uma mãe que o filho de 14 anos morreu. E isso dói. Médico é um cidadão que estudou na universidade 8.400 horas durante 6 anos, com uma média de 2 provas por semana (provas estas de nível bem acima das provas de residência), que trabalhou 2 anos de graça para o SUS como estagiário, onde nem direito a almoço teve, e que ficou evoluindo enfermaria no dia das mães, carnaval, natal e ano novo. Médico é o cara que recebe ameaça (verbal e física) para dar atestado médico a uma dor de cabeça, fato este que ocorre várias vezes ao dia. Médico é o profissional que entra em cirurgia de paciente soropositivo para AIDS, morrendo de medo de se furar, e ganha 1/5 de salário mínimo no adicional de insalubridade por este risco. Médico é o ser humano que, por lei, tem direito a 1 hora de pausa para almoçar no meio do plantão, mas engole a comida em 15 minutos porque a fila de atendimento é gigante. Médico é parte dos 99% dos profissionais que recebe a má fama do 1% que age sem ética. O governo não investe em saúde, mas põe a culpa na falta de médicos. Digam-me: a culpa de escolas sem professores é dos professores? Médico muitas vezes é um cidadão que serve 1 ano obrigatório no Exército, no caso dos homens, e faz residência de 3-5 anos, trabalhando 60 horas por semana com uma bolsa de R$ 3.330,43 (bruto). E que, quando exige um pagamento compatível com essa formação, é chamado de egoísta, playboy e mercenário.

Se você teve saco de ler até aqui, parabéns! Porque nós médicos aguentamos isso na carreira inteira. E não digo isso para elevar a categoria ao status de semideus. MÉDICO NÃO É SEMIDEUS. MÉDICO É GENTE IGUAL A VOCÊ. Tem sono, fome, saudades, vontade de brincar com os filhos e ficar com a família. Médico morre de raiva de ver um paciente morrer porque o SUS não funciona.

Por isso, da próxima vez que se perguntar por que os médicos estão indignados, leia o texto acima. Não trabalhamos para encher a carteira de dinheiro, trabalhamos porque gostamos. Dinheiro, queremos para pagar as contas, para o lazer e comprar remédio para os filhos, assim como você faz. Somos médicos porque amamos nosso trabalho, amamos cuidar de outros seres humanos, e não tem dinheiro no mundo que pague isso de volta. Amo ser médico e foi a melhor escolha que eu fiz para a minha vida. Portanto, parabéns a todos os médicos deste Brasil que tiram leite de pedra, e aguentam as difamações do governo contra nossa classe. Vocês fazem deste país um lugar cada dia melhor.

Afinal, o que é candida?

A candidíase vaginal é causada por um fungo chamado candida. Ele normalmente está presente no canal vaginal mas, quando aumenta em quantidade, provoca uma infecção, a candidíase, que pode trazer um grande desconforto. Chega a ser tão comum, que brinco ao dizer que a única mulher que nunca teve candidíase é aquela que ainda vai ter.

Como  todo fungo, a candida se multiplica com facilidade na presença de umidade e calor. Quando isso acontece, pode aparecer uma irritação na pele (tipo assadura) com um corrimento branco e espesso, parecido com nata de leite, e ser acompanhado de ardência ou coceira que pode ser intensa. A candidíase vaginal não é uma doença grave. Normalmente fica restrita à área genital mas pode causar uma coceira tão forte, que a mulher chega a se ferir coçando.

O tratamento é simples e pode ser feito através de comprimidos ou cremes locais. Já a melhor forma de se proteger da candidíase é evitar, exatamente, o calor e a umidade. Não é uma tarefa fácil em cidades quentes como o Rio de Janeiro, mas usar roupas íntimas de puro algodão ajudam muito. Calças apertadas, de tecido grosso como jeans, e calcinhas de material sintético (mesmo as com forro de algodão) atrapalham a pele respirar e acumulam umidade, ao longo do dia, através da transpiração. Ninguém vai deixar de ir à praia mas tem que ter o cuidado de, assim que chegar em casa, tomar um banho e colocar uma roupa seca. Vale o mesmo para quem faz ginástica. Assim que terminar o exercício, tomar um banho, de preferência na própria academia, para ficar o menor tempo possível com a roupa suada. Na higiene íntima, procurar usar sabonetes neutros para não irritar ainda mais a pele. Estes cuidados podem não impedir totalmente que a mulher, uma vez ou outra, tenha candidíase. Mas, certamente, vai deixá-la mais tempo livre deste desconforto.

A Saúde e seu Orçamento

Em matéria publicada hoje no setor de Economia do site da UOL, empresa de seguros e avaliação de riscos acena, aplaudida pelos convênios, com mais um aumento abusivo de 17% nos planos de saúde.

A argumentação utilizada, há anos, pela Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) de que estes aumentos abusivos são “tecnicamente necessários para lidar com a inflação estimada nos preços, com os avanços tecnológicos na área médica e com os padrões de utilização dos planos” configura uma transferência de responsabilidades baseada em dados fornecidos pelas próprias operadoras de planos de saúde. Ao meu ver, este fato, por si próprio, já configura, minimamente, um conflito de interesses.Bem, vamos analisar cada item, a começar pela inflação estimada. A própria matéria publicada pelo site (link abaixo) adverte que o aumento de 17%, previsto para os planos de saúde, está mais que 4 vezes o valor da inflação no período, já que o índice pelo IPCA foi de 4,04%, segundo o último Boletim Focus do Banco Central. Quanto aos avanços tecnológicos na área médica, realmente eles existem, porém, os investimentos ficam a cargo dos prestadores de serviço que não têm conseguido repassar estes custos para as tabelas praticadas pelos convênios. Também vale lembrar que a remuneração dos médicos, e outros profissionais da saúde, tem sido reajustada abaixo da inflação, ocasionando uma perda sucessiva de seu valor real ao longo das últimas décadas. Por último, culpar a utilização também não faz sentido, uma vez que nem a população, nem a expectativa de vida, cresceram nesse percentual no último ano, tampouco a prática médica sofreu alterações que tivessem impacto de mudança nos custos dos convênios. Entretanto, o que a Abramge não cita é, exatamente, a grande evasão de segurados por conta desses aumentos abusivos, e, aos que ainda permanecem, cabe ratear, com a cota cada vez maior, a receita para manutenção de grandes lucros para as operadoras de saúde.

A situação não é simples pois os convênios, se valendo de seu poderio econômico, da precariedade dos serviços públicos de saúde e de uma fiscalização governamental ineficaz, têm comandado as ações, em detrimento do acesso à assistência médica economicamente viável e de boa qualidade para os usuários. Por outro lado, os usuários assistem seus orçamentos serem quebrados pelos gastos com a saúde, sem ter força ou apoio para reagir.

Enfim, precisamos de parlamentares engajados na causa da saúde, para cobrar do Governo melhorias nos serviços públicos de saúde, bem como cobrar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) maior rigor na regulação e fiscalização das operadoras de saúde.

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Comer bem faz bem

Há alguns dias, publiquei um post sobre alimentação saudável para as gestantes e crianças. Dada a grande repercussão, resolvi ampliar e aprofundar um pouco mais a discussão sobre os malefícios de alimentos industrializados.

Recentemente, o New York Times divulgou uma pesquisa que ratificou os perigos deste tipo de alimentação. Já é bem conhecido que os alimentos processados possuem grande quantidade de calorias e baixo teor nutricional, pela baixa ou nenhuma quantidade de fibras, proteínas, vitaminas e outros nutrientes importantes para nossa saúde. Mas, vai além disso. Estes alimentos são preparados com carboidratos refinados, açúcares e gorduras, cuidadosamente projetados para atuar nos “gatilhos” da fome e atrair o paladar humano. Com isso, causam nas pessoas uma vontade quase irresistível de aumentar cada vez mais seu consumo, o que proporciona um caminho aberto para a obesidade. Vale ressaltar que as pessoas obesas tendem a praticar menos exercícios físicos e aderirem a outros hábitos prejudiciais à saúde, por exemplo, o tabagismo. Como resultado, temos maior risco de doenças como hipertensão arterial, AVC, infarto do miocárdio, diabetes, câncer, entre outras. Porém, os efeitos nocivos podem surgir mesmo na ausência do ganho de peso. Os antioxidantes e conservantes habitualmente afetam as funções gastrointestinais, aumentam o nível de colesterol no sangue e podem causar alergias. Os acidulantes podem causar descalcificação de dentes e ossos, e também há outras substâncias potencialmente nocivas à saúde.

Conclusão: Alimentação e hábitos saudáveis ainda são a melhor forma de buscar uma vida longa e de qualidade.

Artigo do New York Times, clique aqui

Cuide da saúde … e das crianças

Não é segredo para ninguém que devemos cultivar hábitos saudáveis de alimentação, principalmente nas gestantes e crianças. Entretanto, não é fácil resistir às ofertas e intensas campanhas de marketing sobre os produtos industrializados. Com isso, estamos observado a obesidade crescer no Brasil, especialmente nas crianças de 2 a 5 anos. 
Pesquisadores da Universidade de Columbia publicaram um estudo na revista americana Academic Pediatrics, que pode perfeitamente ser aplicado em nosso país. Eles verificaram que o consumo regular de bebidas açucaradas pelas gestantes, ou crianças de até 2 anos, podem levar a uma futura obesidade infantil. 
Organização Mundial da Saúde já apontou o Brasil como um dos países com consumo de açúcar acima da média recomendada. Comprovamos isso, entre outras coisas, com uma farta ingestão de sucos industrializados, leites com sabor e refrigerantes, onde todos têm grande quantidade de açúcar. Vale lembrar que a melhor bebida para hidratar o corpo, principalmente dos bebês, é simplesmente a água, como diz a Sociedade Brasileira de Pediatria. A ingestão de sucos é importante no quesito vitaminas, porém deve-se ter sempre a preferência pelos sucos naturais e sem açúcar.
Sendo assim, vamos cuidar mais de nossa saúde e de nossas crianças, ingerindo mais água e suco de frutas frescas sem açúcar. 

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Inclusão ou não exclusão?

O exemplo veio da Argentina onde, pela primeira vez, uma pessoa com Síndrome de Down se torna professora. Devemos lembrar que ela não tem uma doença adquirida, mas nasceu com uma condição genética diferente das outras pessoas. Esta diferença não gera uma incapacidade, apenas uma velocidade diferente no aprendizado, tudo no tempo dela. Por outro lado, vale ressaltar que a inclusão social se inicia no nascimento, evento no qual, a partir dele, o indivíduo se insere na sociedade. Em seguida, o que vemos é a sociedade evoluir e manter este convívio. Penso que o único motivo que teríamos para afastar um indivíduo de seus pares seria uma transgressão, do primeiro, aos princípios e valores das pessoas que o cercam. Dito isso, não entendo como “inclusão” o fato de um portador da Síndrome de Down frequentar uma escola comum, já que este seria o caminho natural de qualquer pessoa. Também não encaro como “inclusão” o fato de um portador dessa síndrome atuar como um professor, se ele tiver capacidade para tal. Porém, vejo como uma condenável exclusão o eventual impedimento ou afastamento de alguém, motivado apenas por esta alteração genética.
Não se trata de uma discussão semântica mas, sim, na forma de como encarar esta situação. Não vejo um ato natural como uma benemerência, mas entendo a exclusão como uma atitude perniciosa.
Importante lembrar quão nocivo pode ser qualquer tipo de preconceito, uma vez que eles levantam barreiras que podem dificultar, ou mesmo impedir, uma pessoa de ter uma vida próspera, feliz e saudável.

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Proibido adoecer

Fica cada vez mais insustentável a manutenção de uma assistência médica digna no Brasil. Além da conhecida baixa a qualidade dos serviços públicos de saúde, que conseguiu piorar ainda mais nos últimos anos, a Agência Nacional de Saúde  Suplementar (ANS) demonstra sua incapacidade, ou falta de vontade política, em impedir esses aumentos abusivos nos valores praticados pelos planos de saúde. Com aumentos que alcançam quase o dobro da inflação registrada no país, são inaceitáveis as argumentações da própria ANS para tentar justificar os preços cada vez mais altos cobrados pelas operadoras de saúde. Os representantes de classe das diversas categorias de profissionais de saúde lutam a duras penas por reajustes que têm ocorrido abaixo do índice inflacionário. Além disso, utilizar nos cálculos de reajuste dos preços a taxa de utilização dos serviços de saúde que é informada por órgãos das operadoras de saúde configura, minimamente, um conflito de interesses. Segundo o Valor Econômico, a  inflação dos planos foi de 8,71%, enquanto o da inflação geral foi de 5,96%, e a do setor saúde, de 5,51%. É  lamentável que a ANS, empresa vinculada ao Ministério da Saúde para regular os planos de saúde em defesa do consumidor, esteja tão alinhada com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade representante dos planos privados de saúde.Enfim, espero que tenhamos saúde para enfrentar tudo isso …
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