SEGURANÇA DO TRABALHO 37

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Eu não estou projetado para ser segundo ou terceiro. Eu projetei para ganhar. (Ayrton Senna)

CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL

NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção e Reparação Naval. Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras.

Responsabilidades

34.2.1 Cabe ao empregador garantir a efetiva implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma, devendo:

a) designar formalmente um responsável pela implementação desta Norma;

b) garantir a adoção das medidas de proteção definidas nesta Norma antes do início de qualquer trabalho;

c) assegurar que os trabalhos sejam imediatamente interrompidos quando houver mudanças nas condições ambientais que os tornem potencialmente perigosos à integridade física e psíquica dos trabalhadores;

d) providenciar a realização da Análise Preliminar de Risco – APR e, quando aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho – PT;

e) realizar, antes do início das atividades operacionais, Diálogo Diário de Segurança – DDS, contemplando as atividades que serão desenvolvidas, o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção, consignando o tema tratado em um documento, rubricado pelos participantes e arquivado, juntamente com a lista de presença;

f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas acerca dos riscos da atividade e as medidas de controle que são e devem ser adotadas;

g) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas.

As plataformas de trabalho com sistema de movimentação vertical em pinhão e cremalheira e as plataformas hidráulicas devem observar as especificações técnicas do fabricante quanto à montagem, operação, manutenção, desmontagem e inspeções periódicas, sob responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado. Em caso de equipamentos importados, os projetos, especificações técnicas e manuais de montagem, operação, manutenção, inspeção e desmontagem devem ser revisados e referendados por profissional legalmente habilitado no país, atendendo o previsto nas normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou de entidades internacionais por ela referendadas, ou, ainda, outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

SEGURANÇA DO TRABALHO 36

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

A tolerância é tão necessária na política como na religião. Só o orgulho é que é intolerante. (Voltaire)

A SEGURANÇA DO TRABALHO ONSHORE E OFFSHORE

Antes de iniciarmos este artigo precisamos entender o que é empresa ONSHORE e OFFSHORE e qual a diferença entre elas.

Onshore e Offshore são termos muito usuais no meio empresarial nacional e internacional. São informações relevantes sobre o tipo de uma organização que devem ser conhecidas por quem atua nos negócios.

ONSHORE – De uma forma mais precisa, empresa do tipo ONSHORE são aquelas que, em termos financeiros, produzem seu negócio no país de origem, ou seja, em terra. Sendo assim, tem suas obrigações fiscais regidas pelas políticas internas.

OFFSHORE – As empresas offshore, em tradução direta significa “FORA DA COSTA”, e é toda organização que tem transações realizadas em país estrangeiro, sujeita a um regime extraterritorial. São registradas em jurisdições com baixa tributação ou até mesmo isento. Além de serem constituídas em países que tem um tratamento diferenciado, essas empresas tem alto nível de proteção dos investidores, permitindo até que sejam anônimos.

SEGURANÇA DE QUEM TRABALHA OFFSHORE

Você já deve ter visto e ouvido vários temas de acidentes em Plataformas de Petróleo, né mesmo? Digamos que isso não é comum acontecer, mas às vezes, acontece sim! E uma das causas mais comuns são os incêndios, provocado por diversos acontecimentos. Abaixo vamos mostrar algumas dicas de segurança.

Evitando Incêndios

Existem vários riscos atrelados à atividade offshore. O mais evidente, e o que causa maior receio nos trabalhadores é o risco de incêndios. Afinal de contas, o trabalho nesses lugares envolve materiais altamente inflamáveis. O agravante é que os incêndios ou explosões que vamos tratar não acontecem em terra firme, mas sim em alto mar. A tripulação deve estar preparada para combater incêndios sem o auxílio externo de órgãos especializados de apoio. A melhor forma de apagar um incêndio é adotando medidas preventivas no ativo Offshore.

Uso Adequado de EPI

Sabemos que a utilização dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é um dever de todo profissional. Você deve usar, diariamente, os seus próprios equipamentos e incentivar o uso pelos seus colegas. Sempre que você passar pela área industrial, transite pela rota de fuga utilizando o EPI completo.

Não negligencie a Radioproteção!

Os perigos radiológicos costumam ser negligenciados na indústria offshore. Práticas rígidas de segurança do trabalho devem ser adotadas em todas as áreas onde houver presença de NORM/TENORM. O objetivo é assegurar que nenhum IOE receba dose de radiação ionizante excessiva ao limite admissível para qualquer pessoa do público em geral. Além da presença de NORM e TENORM, o uso de instrumentos radiométricos estrangeiros e/ou terceirizados requerem atenção no cotidiano das plataformas. Portanto, priorizar a Radioproteção no cotidiano da indústria de petróleo e gás é uma dica fundamental.

Tenha bom relacionamento a bordo

Convivência é fundamental na vida de todo mundo. Criar bons relacionamentos a bordo pode ser fundamental para preservar sua integridade física e mental. Para se ter bons relacionamentos nas embarcações, é obrigatório ter bem desenvolvida a sua capacidade de adaptação. Trata-se de um novo ambiente social e profissional. Você mora e trabalha no mesmo lugar. Além disso, também divide sua “casa” com seus colegas de trabalho. Morar a bordo de uma plataforma offshore tem seus pontos positivos, mas como tudo na vida da gente, também tem seu lado negativo. Por isso a importância de se cultivar boas relações de convívio e trabalho! É importante ter consciência que serão longas horas de rotina e os mesmos problemas que você enfrenta em terra firme encontrará no
Offshore.

Equipamentos eletrônicos são proibidos

Equipamentos elétricos e eletroeletrônicos, assim como outros instrumentos não certificados para uso em atmosfera explosiva, jamais devem ser utilizados em área industrial! Ou seja, nada de lanternas, computadores, celulares, câmeras fotográficas ou filmadoras na plataforma! A utilização de qualquer um desses materiais só será permitida com autorização específica. Telefones internos e rádios serão os equipamentos utilizados para comunicação.

Esta é uma dica básica. Algumas plataformas chegam a confiscar ou lacrar os aparelhos celulares dos tripulantes.

SEGURANÇA DO TRABALHO 35

FRASE DA SEMANA:

E A causa da derrota, não está nos obstáculos, ou rigor das circunstâncias, está na falta de determinação e desistência da própria pessoa” (Buda)

TEMA DA SEMANA:  SÍNDROME DE BURNOUT

Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho

Quais riscos um profissional diagnosticado com Síndrome de Burnout pode oferecer a um paciente?

Além disso, há relatos de sentimentos negativos, desconfiança e até paranoia. É possível que o paciente sofra fisicamente com a doença, com dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma e distúrbios gastrointestinais, respiratórios e cardiovasculares.

Consequências da Síndrome de Burnout
Uma pessoa afetada pela Síndrome de Burnout tem sua vida profissional e pessoal prejudicada. Ela passa a sofrer com os efeitos negativos do esgotamento em diversos aspectos, incluindo nos relacionamentos com sua família, colegas de trabalho e em toda a sua vida social.

Como identificar uma pessoa com síndrome de Burnout?

Os principais sinais e sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são:

  1. Cansaço excessivo, físico e mental.
  2. Dor de cabeça frequente.
  3. Alterações no apetite.
  4. Insônia.
  5. Dificuldades de concentração.
  6. Sentimentos de fracasso e insegurança.
  7. Negatividade constante.
  8. Sentimentos de derrota e desesperança.

O que fazer para aliviar o cansaço mental?

Como combater o cansaço mental

  1. Relaxar antes de dormir, tomando um banho quente ou um chá quente;
  2. Beber bastante água durante o dia;
  3. Divertir-se com os amigos e a família;
  4. Receber uma massagem;
  5. Tirar férias;
  6. Fazer exercício físico regular e caminhadas;
  7. Evitar levar trabalho para casa;
  8. Procurar ajuda de um psicólogo.

Quais as consequências para o trabalhador?

Acidente de trabalho típico é o que ocorre na execução do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Quais são as consequências da precarização do trabalho no mundo atual para os trabalhadores?

precarização do trabalho, portanto, tem sido percebida como uma das consequências mais visíveis da flexibilização do mercado de trabalho, que preconiza a proliferação de formas de emprego de caráter flexível, das novas formas de contrato e do declínio da oferta de empregos típicos/permanentes.

A Síndrome de “Burnout” em Professores

burnout de professores é conhecida como uma exaustão física e emocional que começa com um sentimento de desconforto e pouco a pouco aumenta à medida que a vontade de lecionar gradualmente diminui. Sintomaticamente, a burnout geralmente se reconhece pela ausência de alguns fatores motivacionais: energia, alegria, entusiasmo, satisfação, interesse, vontade, sonhos para a vida, ideias, concentração, autoconfiança e humor.

SEGURANÇA DO TRABALHO 34

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.”  ( Martin Luther King)

TEMA DA SEMANA:  TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS

PRESSÃO HIPERBÁRICA

Ocorre quando o homem está sujeito a pressões maiores do que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando a pessoa está abaixo do nível da terra, como em mergulhos, por exemplo. Nesse caso, quanto maior a profundidade maior será a pressão exercida sobre a pessoa.

Insalubridade: Vale lembrar que o trabalho sob condições hiperbáricas dá direito ao trabalhador de receber adicional de insalubridade conforme NR 15 anexo 6.

Aposentadoria especial: O trabalho em condições hiperbáricas confere ao trabalhador o direito á aposentadoria especial após 25 anos de trabalho dedicados á atividade.

DESCIDA – SUBIDA

O trabalho sob condições hiperbáricas expõe o trabalho a período de compressão (descida-imergir) e descompressão (subida-emergir).

O anexo 6 da NR 15 estabelece critérios para o planejamento das compressões e descompressões, o limite superior de pressão, que é de 3,4 kg/cm², o período máximo de trabalho para cada faixa de pressão conforme iremos mostrar no quadro abaixo.

O anexo 6 também fornece tabelas para descompressão para vários períodos de trabalho levando em consideração a pressão exercida.

DOENÇA DESCOMPRESSIVA

Ocorre quando o mergulhador excede o limite de tempo ou de profundidade ou os dois ao mesmo tempo. Durante o mergulho o aumento da pressão faz com que o nitrogênio contido no ar respirado (ar mandado mecanicamente) se dissolva nos tecidos do corpo. A quantidade absorvida pelo corpo depende (como já disse) do tempo e da profundidade do mergulho.

A

ssim como o ar que respiramos (ar atmosférico), o ar nos cilindros de mergulho é uma mistura de dois gases O² (oxigênio) e N² (nitrogênio). A grande questão é que o nitrogênio não é metabolizado pelo corpo, por isso, quase de nitrogênio tudo que inalamos é expelido quando expiramos. O pouco que fica se dissolve nos pulmões e outros tecidos.

Quando o corpo atinge o limite de nitrogênio ele passa a não mais armazenar nitrogênio no corpo, ou seja, a partir desse momento tudo que entra sai.

Durante o mergulho, os pulmões captam mais nitrogênio do que o que estamos acostumados na superfície já que a pressão é aumentada e isso eleva a densidade do gás. Ao invés de ser normalmente exalado o excedente de nitrogênio acaba sendo dissolvido nos tecidos corporais enquanto a pressão no ambiente aumenta ou continua a mesma. Quando o mergulhador começa a subir em direção à superfície ocorre a descompressão, logo, a perda de pressão ambiente é gradativa e proporcional em relação à subida.

Com a diminuição da pressão, o nitrogênio gradualmente começa a ser dissolvido nos tecidos corpóreos e entregado através do sangue aos pulmões que faz o trabalho de expeli-lo.

Riscos: Se o mergulhador não observar as medidas de segurança e realizar a subida de forma rápida, o processo de expelir o nitrogênio pode acontecer de forma repentina, causando formação de bolhas na circulação sanguínea e nos tecidos, e por último, compressões nervosas, obstrução de artérias, vasos linfáticos, veias, provocar reações químicas perigosas no sangue. A soma de alguns desses itens pode levar á morte.

Os sintomas normalmente são: paralisia, fraqueza, choque, insensibilidade, formigamento, dificuldade respiratória e dor nas articulações e membros.

ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA

Estojo de primeiros socorros, contendo medicamentos adequados para o tratamento de acidentes típicos e as instruções para sua aplicação, na ausência do médico.

Exames médicos: Anexo 6 da NR 15, item 2.9.7: Os exames médicos dos mergulhadores serão realizados nas seguintes condições:

a) por ocasião da admissão;

b) a cada 6 seis meses, para todo o pessoal em efetiva atividade de mergulho;

c) imediatamente, após acidente ocorrido no desempenho de atividade de mergulho ou moléstia grave;

d) após o término de incapacidade temporária;

e) em situações especiais, por solicitação do mergulhador ao empregador.

2.9.6 O médico concluirá os seus laudos por uma das seguintes formas:

a) apto para mergulho (integridade física e psíquica);

b) incapaz temporariamente para mergulho (patologia transitória);

c) incapaz definitivamente para mergulho (patologia permanente e/ou progressiva)

Comunicação: Deve existir comunicação satisfatória entre os envolvidos, para tanto, o uso de celulares, rádios ou similares são indicados.

Lista de verificação (Check list): A Marinha Brasileira na Norma 15, dita como orientação de segurança. No Check list ditado pela norma deve conter todos os equipamentos e componentes de um Sistema de Mergulho. Os equipamentos deverão ser verificados por pessoal devidamente qualificado quanto ao estado de conservação e condições de operacionalidade, visando à preparação do sistema antes do início de toda operação de mergulho.

SEGURANÇA DO TRABALHO 33

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” (Cora Coralina)

TEMA DE HOJE: SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

O trabalho com eletricidade é a realidade de milhares de trabalhadores. Por isso, a NR 10 surgiu com o objetivo de estabelecer as medidas de segurança para proteger contra o risco elétrico e garantir a saúde e integridade física desses profissionais.

Saber todos os pontos fundamentais desta Norma Regulamentadora vai fazer com que você mantenha sua empresa em dia com a legislação. Além disso, você estará contribuindo diretamente para a saúde e segurança física dos seus funcionários.

No artigo de hoje iremos mostrar a você tudo que você precisa saber sobre a NR 10! Portanto, se você tem dúvidas sobre o papel da NR e a importância dos EPIs para a segurança em eletricidade… este post é ideal para você! 

Desde criança ouvimos falar em como é perigoso mexer com eletricidade e o risco de acidentes domésticos ou no trabalho quando temos que lidar com ela. 

Quem já não ouviu alguém dizer: “tira a mão da tomada”, “não pluga na tomada sem o chinelo”, “se tiver com as mãos molhadas vai levar choque”, entre outras tantas frases que nos acompanham a vida toda, certo? 

A verdade é que para lidar com a corrente elétrica, é preciso muita informação aliada aos Equipamentos de Proteção Individual adequados. Sem esquecer, é claro, de todas as demais Medidas de Controle de Risco existentes e apropriadas para o local. 

As estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam: instalações elétricas inadequadas aparecem como uma das principais causas de incêndio no país, independente da região. Por isso, a estrutura dos sistemas elétricos merece ser cuidadosamente observada e compreendida, a fim de minimizar risco e preservar a saúde do trabalhador.

Através da corrente elétrica, podem ser causadas reações irreversíveis ao sistema nervoso e muscular, bem como queimaduras. Além disso, em decorrência de sobrecargas, arcos voltaicos ou descargas estáticas, podem ocorrer incêndios.

Ou seja, os riscos que os trabalhadores envolvidos com eletricidade estão expostos são muitos. Identificá-los e controlá-los é um dever da empresa, que deve proporcionar um ambiente mais seguro possível para seus trabalhadores.

A partir disso, aquelas empresas que tiverem suas atividades desenvolvidas em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência deverão adicionar, ainda, os seguintes itens:

  • Descrição dos procedimentos para emergências;
  • Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual

Este prontuário deverá ser organizado e mantido na empresa, fazendo sempre as devidas atualizações quando necessário. É um documento que deverá ficar à disposição de todos os colaboradores envolvidos direta ou indiretamente com eletricidade. 

Medidas de Proteção Coletiva

As medidas de proteção coletiva deverão ser tomadas antes do início das atividades em instalações elétricas. O intuito é garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores antes mesmo que iniciem os serviços a serem executados. 

Segundo o item 10.2.8.2, as medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.  Além disso, na impossibilidade da realização do mencionado acima, deverão ser utilizadas outras medidas, como:

  • Isolação das partes vivas;
  • Obstáculos;
  • Barreiras;
  • Sinalização;
  • Sistema de seccionamento automático de alimentação;
  • Bloqueio do religamento automático; etc

Também é válido ressaltar que o aterramento das instalações deverá ser executado conforme a legislação competente. Na ausência desta, então deverá atender às Normas Internacionais vigentes que forem relacionadas.

Medidas de Proteção Individual

Depois de todas as medidas de proteção coletivas terem sido tomadas e, ainda assim, forem insuficientes para atenuar os riscos, então deverão ser adotadas as Medidas de Proteção Individual. Entre elas, estão os EPIs, previstos na NR 6.

Segundo a NR 6, “considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.”

Os EPIs devem ser ser fornecidos pelo empregador e sem custo algum para o empregado. Este, se responsabiliza por utilizá-los adequadamente, além da guarda e conservação dos equipamentos. Mais abaixo veremos mais sobre os equipamentos para riscos elétricos.

Voltando para a NR 10, no item 10.2.9.2 vemos que as vestimentas utilizadas pelos colaboradores deverão ser adequadas às suas atividades. Lembrando sempre de levar em consideração a inflamabilidade, condutibilidade e influências eletromagnéticas. 

Além disso, é totalmente proibido o uso de adornos pessoais (pulseiras, brincos, relógios) durante os trabalhos de instalações elétricas ou nas proximidades. Tudo para diminuir qualquer incidência de riscos que possam ocasionar acidentes de trabalho ou doenças. 

EPIs para o Risco Elétrico

Os EPIs têm papel fundamental para proteger os trabalhadores que enfrentam o risco elétrico durante a jornada de trabalho. Além disso, são itens obrigatórios. Ou seja, o fornecimento correto evita multas e processos judiciais para a empresa. 

Entre os principais Equipamentos de Proteção Individual e vestimentas especiais recomendados para o risco elétrico, vemos:

  • Capacete Classe B;
  • Calçado aprovado contra risco de choque elétrico;
  • Óculos de segurança incolor e com proteção contra raios ultravioletas;
  • Roupas de algodão com tratamento retardante à chamas, com o risco adequado à tensão de trabalho;
  • Luvas de borracha isolantes BT e AT;
  • Luvas de pelica para proteção das luvas de borracha;
  • Cinto de segurança com talabarte para trabalhos em alturas.

A NR 10 é imprescindível para o trabalho seguro e, por isso, respeitar e seguir as determinações é de extrema importância para proteger a vida do trabalhador.  Seja no trabalho ou em casa, a prevenção de acidentes deve estar presente para garantir a sua saúde e bem estar. A segurança tem que estar em todo lugar, você concorda?

SEGURANÇA DO TRABALHO 32

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Pelos erros dos outros, o homem sensato corrige os seus” (Oswaldo Cruz).

SEGURANÇA COM GÁS COMPRIMIDO

No artigo de hoje você vai aprender um pouco mais sobre Segurança com gás comprimido.

O que é gás comprimido?

Para que a pressão de um gás aumente, não é necessário que ocorra aumento de temperatura, basta comprimir o gás. A pressão é causada pelo movimento rápido das moléculas de gás que colidem com as paredes internas do recipiente. Se o gás está comprimido, ocupando um espaço menor, as moléculas ficam mais concentradas. Cada centímetro quadrado das paredes do recipiente é golpeado por um maior número de moléculas. Por isso a pressão aumenta.

Tipos de gases comprimidos mais utilizados no mercado:

  • Oxigênio: Seu risco principal é o fato de ser altamente reativo com gases inflamáveis e pelo fato de ser essencial no processo de combustão.
  • Acetileno: Quando combinado com o oxigênio, o acetileno produz a chama de gás mais quente atualmente conhecido. Ele é altamente inflamável e altamente explosivo.
  • Hidrogênio: O hidrogênio é um gás altamente inflamável. Seu limite de inflamabilidade é de 4% a 74% de vapor de mistura no ar.
  • Nitrogênio: O nitrogênio é um gás não inflamável, comumente usado em soldagem a arco. Seu risco principal está no fato de que também desloca o oxigênio em áreas fechadas e provoca uma atmosfera deficiente de oxigênio.
  • Argônio: O argônio é um gás inerte, não inflamável, comumente usado em soldagem a arco. Seu risco principal está no fato de que também desloca o oxigênio em áreas fechadas ou confinadas, causando uma atmosfera deficiente de oxigênio.
  • GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), conhecido como gás butano: Comumente usado em processo de queima, porém sua chama não é tão quente, exigindo um consumo maior. Por ser mais pesado que o ar quando há vazamento ele se aloja em locais mais baixos, ocorrendo risco de explosões. Seu cheiro característico de mercaptana é um sinal evidente de vazamentos.

 Os gases comprimidos devem ser armazenados em cilindros presos a parede metálica ou cinta, especialmente construídos para este fim devido apresentarem riscos especiais. Todo cilindro de gás comprimido contém uma grande quantidade de energia. Quando esta energia é aliviada inadequadamente instantaneamente, ela pode causar ferimentos sérios. Os gases, por si mesmos, já são perigosos porque podem causar incêndios, serem tóxicos e corrosivos. Esta é a razão pela qual devemos tratar com respeito todos os gases comprimidos. Nesta condição eles possuem propriedades únicas que não são comuns aos sólidos e líquidas.

Estas propriedades são:

  • Baixo ponto de ebulição – que permite uma rápida difusão do gás e rápida elevação de pressão dentro do cilindro este baixo ponto de ebulição pode causar queimaduras por frio (baixo ponto de fulgor, sempre abaixo da temperatura ambiente), quando alguns gases comprimidos entram em contato com tecidos do corpo, causam queimaduras sérias;
  • Baixo ponto de fulgor – sempre abaixo da temperatura ambiente. Isto proporciona uma rápida mistura explosiva de vapor do gás e ar;
  • Pressão – o risco mais comum associado à pressão envolve o vazamento dos gases. Além disto, quando há uma grande elevação de pressão, provocando uma descompressão explosiva na cabeça do cilindro, o cilindro passa a atuar como um míssil desgovernado, que pode causar danos graves e ferimentos sérios as pessoas;
  • Difusividade – a difusão do gás através de uma junta de vedação vazando pode contaminar a atmosfera. Esta contaminação pode criar uma atmosfera tóxica ou explosiva, ou pode causar asfixia. Estes perigos geralmente não são observados, porque raramente podem ser vistos ou cheirados.

Sempre que um cilindro de gás for recebido, inspecione-o cuidadosamente para assegurar-se de que esteja em boas condições e de que seu conteúdo esteja indicado corretamente no rótulo. Antes de usá-lo algumas vezes, um rótulo é colocado na
superfície do cilindro, ou é fixada à tampa uma etiqueta. A válvula do cilindro deve ficar sempre tampada ou protegida.
Inspecione os cilindros para determinar se existem ranhuras, arqueamentos ou queimaduras por maçarico, crateras isoladas ou áreas corroídas (particularmente em volta do pescoço do cilindro ou da válvula), ou conjuntos de válvulas estragadas ou quebradas.
Se for observado qualquer defeito, isole o cilindro dos outros que estiverem bons e entre em contato com o fornecedor solicitando correção dos problemas encontrados.
Armazene os cilindros em áreas secas e bem ventiladas. Não guarde substâncias inflamáveis e fontes de ignição na mesma área. Armazene-os na posição vertical, com suas tampas no lugar e afastados da luz solar direta, onde possam estar sujeitos à ação do clima. Guarde-os afastados de tráfego e passagens de pedestres e acorrente-os a uma estrutura firme para evitar que caiam. Os gases inflamáveis devem ser armazenados separados por pelo menos 6,5 metros. O método preferencial é armazenar diferentes tipos de gases inflamáveis em diferentes locais.
O manuseio incorreto de gases comprimidos pode facilmente
causar danos extensivos à propriedade, sérios ferimentos e mesmo a morte de pessoas.

Algumas regras são apresentadas:

  • Use luvas protetoras, calçados de segurança com biqueiras de aço e óculos de segurança;
  • Manter o capacete protetor da válvula atarraxado quando não estiver em operação;
  • Não movimentar um cilindro sem seu capacete;
  • Não utilizar os cilindros para outros fins que não o de conter gás;
  • Use sempre um carrinho de mão para transportar gases comprimidos. Acorrente o cilindro ao carrinho;
  • Não transporte os cilindros em veículos fechados;
  • Mantenha os cilindros acorrentados no lugar durante todo o tempo;
  • Não os deixe cair e nem permita que batam uns contra os outros;
  • Mantenha a tampa do cilindro firme no lugar, até que você esteja pronto para usar o gás comprimido;
  • Aterre os cilindros que contêm gases inflamáveis;
  • Use os cilindros somente na posição vertical;
  • Feche todas as válvulas do cilindro quando não estiverem em uso;
  • Use o regulador apropriado para o tipo de gás que está usando;
  • Abra as válvulas cuidadosamente. Quando a pressão no cilindro se aproximar de 30 psi, remova-o do serviço e marque-o;
  • Não transferir gás de um cilindro para outro;
  • Não permitir contato da válvula do cilindro com óleo, graxa ou agentes químicos, principalmente se o cilindro contiver oxigênio ou outros gases oxidantes;
  • Não abrir a válvula do cilindro sem antes identificar o gás que contém.

Conclusão:

Todo cilindro de gás comprimido contém uma grande quantidade de energia. Os gases por si só já são perigosos porque podem causar incêndios, podem ser tóxicos e podem ser corrosivos. Esta é a razão pela qual devemos tratar com cuidado todos os gases comprimidos. Deve seguir sempre as regras para a sua segurança.

SEGURANÇA DO TRABALHO 31

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Não importa o quanto essa nossa vida nos obriga a ser sérios… Todos nós procuramos alguém para sonhar… brincar… amar… e tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender.” (Miguel Falabella)

NITRATO DE AMÔNIO

No artigo de hoje você vai aprender um pouco mais sobre essa substância.

Como você já deve saber, na terça-feira (04/08), uma explosão de proporções gigantescas aconteceu em Beirute (Líbano). Inicialmente, achava-se que fogos de artifícios teriam sido responsáveis pela explosão, mas logo foi notado, pela proporção e pela coloração da fumaça (vermelha, laranja), que se tratava de um composto armazenado no porto, o Nitrato de Amônio.

nitrato de amônio  é um composto químico de fórmula molecular NH4NO3.  explosão no porto de Beirute aconteceu no dia 4 de agosto de 2020, em um depósito que armazenava nitrato de amônio. O ministro da Saúde falou de “muitos feridos e danos extensos”. Testemunhas oculares disseram à televisão LBC que “pelo menos dezenas foram feridas e os hospitais estavam cheios de pessoas feridas”, a explosão sacudiu o centro de Beirute e lançou uma nuvem de poeira no ar. Testemunhas disseram que casas a 10 quilômetros de distância foram danificadas pela explosão. Após a explosão, uma grande nuvem de fumaça negra tomou conta da área do porto, um jornal libanês, teve sua sede destruída com partes do telhado caídas, janelas estouradas e móveis danificados.

No Brasil, acidentes com o nitrato de amônio já provocaram sustos. É de uma indústria química no polo petroquímico de Cubatão, na Baixada Santista, que é fabricado todo o nitrato de amônio produzido no Brasil. A fabricante nacional produz 500 mil toneladas por ano. Mas a maior parte do composto químico usado no país ainda é importado, de países como a Rússia e os Emirados Árabes. Ele serve de base para a produção de fertilizante para a agricultura: é fonte de nitrogênio, essencial para o crescimento das plantas.

“O nitrato de amônia é muito importante para a agricultura. O Brasil é um país que depende muito disso. Ele é comum, é antigo, é o mais estável, é muito melhor que outros produtos para agricultura.

No Brasil, o nitrato de amônio faz parte da lista de produtos controlados pelo exército que autoriza a importação, controla e fiscaliza a produção, transporte, venda e o uso do produto.

Características

É um sal inorgânico que, quando puro, é encontrado na cor branca e quando impuro nas colorações: cinza claro ou marrom, se estiver na forma de um cristal relativamente grande, aparenta-se com o sal grosso (NaCl). É inodoro, e, em solução aquosa, precipita-se misturando-se lentamente com a água, sua dissolução é bastante endotérmica.

Uma de suas particularidades agronômicas é que detém ao mesmo tempo duas formas de fornecimento de nitrogênio ao solo, a nítrica (NO3), e a amoniacal (NH4). Como a forma amoniacal tem carga elétrica positiva (+), pode se ligar aos colóides do solo, principalmente nas argilas, pois as mesmas têm cargas elétricas negativas. O mesmo não ocorre com a forma nítrica que tem carga elétrica negativa (-), não sendo portanto absorvida pelas argilas, podendo sofrer o processo de perda chamado lixiviação ou percolação, que é transporte às camadas mais profundas dos solos, escapando assim da ação absorvedora das raízes das plantas.

Riscos

 Perigos mais iminentes: Por ser oxidante, pode interagir com outros produtos. Quando contaminado com produtos orgânicos ou materiais oxidantes, aquecido, confinado, e ainda sob ação de agentes iniciadores, pode detonar. Risco de ignição ou detonação ao expor-se o produto ao calor e a materiais incompatíveis.

Perigos físicos e químicos: O nitrato de amônio é um forte oxidante. A contaminação pode promover a sua decomposição, tornando-o imprevisível e perigoso. Os contaminantes incluem matéria orgânica, cloretos, fluoretos e também alguns metais (exemplos: cobre, bronze, cromo, zinco e outros).

Efeitos do produto em animais: A inalação pode causar irritação do trato respiratório, com tosse, dor de garganta e dificuldade respiratória. O contato com o produto pode causar irritação na pele e nos olhos.

Exposto a altas temperaturas, devido à decomposição, pode liberar amônia e gases nitrosos tóxicos (NOx), capazes de provocar problemas respiratórios agudos.

Efeitos ambientais: É muito hidrossolúvel, podendo contaminar cursos d’água, tornando-os impróprios para uso em qualquer finalidade. O produto da combustão do nitrato de amônia é o óxido nitroso.

Efeitos na saúde humana: O nitrato de amônio causa irritações nos olhos, na pele e no trato respiratório. A substância pode afetar o sangue, devido ao íon nitrato, causando uma doença chamada metaemoglobinemia, ou doença do bebê azul. Seus principais efeitos na saúde humana e dos ecossistemas são decorrentes dos compostos secundários que podem ser formados.

SEGURANÇA DO TRABALHO 30

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

As grandes coisas não são feitas por impulso, mas através de uma série de pequenas coisas acumuladas.” (Vincent Van Gogh)

HOJE VAMOS FALAR DE: ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

Você trabalha na Construção Civil ou em Área Rural?

Então preste atenção a este pequeno artigo sobre Acidentes com Animais Peçonhentos.

Vocês devem ter visto que na semana passada, um rapaz foi picado por uma cobra Naja e ficou em estado grave. Pedro Henrique Lehmkul foi picado pela naja na última terça-feira (7) e foi internado logo após o episódio em um hospital privado na região administrativa do Gama, a 30 quilômetros do centro de Brasília.

Acidentes por animais peçonhentos representam um sério problema de saúde pública nos países tropicais.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) mostram que animais peçonhentos são o segundo maior agente de intoxicação humana no Brasil, sendo suplantado apenas por medicamentos.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao Ministério da Saúde, vem a cada ano registrando um aumento nos números de notificações para animais peçonhentos.

Em 2010 foram notificados cerca de 124.000 acidentes por animais peçonhentos. Em 2014 esse número se ampliou para mais de 170.000 acidentes, sendo os mais frequentes os causados por escorpiões (cerca de 88.000 acidentes), seguidos por serpentes e aranhas (cerca de 27.000 acidentes cada) e por abelhas (cerca de 14.000 acidentes).

Em todo o Brasil, o número de acidentes por animais peçonhentos vem crescendo, inclusive nas grandes capitais, em virtude principalmente de desequilíbrio ecológico ocasionado por desmatamento e alterações climáticas ocorridas ao longo de vários anos. Esses fatores, aliados ao crescimento urbano desordenado, geram a sobreposição de uso do espaço pelo homem e por esses animais, que acabam buscando abrigo e alimento nas cidades.

A ocupação das áreas extradomiciliares pelos animais peçonhentos nas grandes cidades vem alteração o perfil desses acidentes, que antes eram quase que exclusivamente rurais.

Atualmente, algumas grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo, já apresentam índices de notificações de acidentes superiores as regiões menos urbanizadas, principalmente no que se refere aos acidentes por serpentes, podendo-se aplicar o termo “urbanização do ofidíssimo” no nosso país. Em pleno séc. XXI ainda temos muitos problemas a resolver neste campo. Dentre eles, podemos citar a ausência de um retrato nacional confiável sobre os acidentes por animais peçonhentos, em função de vários motivos:

  • Grande número de subnotificações.
  • Escassez de programas de treinamentos constantes para profissionais de saúde, visto que raras universidades no país possuem disciplinas dedicadas exclusivamente ao tema.
  • Pouca conscientização da importância do preenchimento correto das Fichas de Notificação por parte das equipes de saúde.
  • Não disponibilização total das variáveis clínicas e epidemiológicas pelos sistemas de informação nacionais.
  • Não implementação de programas de apoio aos acidentados que sofreram sequelas.
  • Falta de programas preventivos e educativos que deveriam ocorrer em nível comunitário, com o desenvolvimento de material didático adequado a cada faixa etária e com a participação ativa das organizações locais.

Somente com a integração de órgãos governamentais, pesquisadores, profissionais de saúde, professores e gestores de saúde pública, conduzindo o problema dos acidentes por animais peçonhentos ao seu real lugar de relevância, poderemos minimizar os graves impactos que esses acidentes vêm causando na população, principalmente no que diz respeito aos trabalhadores.

SEGURANÇA DO TRABALHO 29

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Ame sem pressa, largue mão das expectativas e não deixe que os problemas te angustiem além da conta.” (Pedro Bial)

Hoje vamos falar de MAPA DE RISCO

QUE É?

Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho (sobre a planta baixa da empresa, podendo ser completo ou setorial), capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.)”.

PARA QUE SERVE?

  • Serve para a conscientização e informação dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos existentes na empresa.
  • Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa.
  • Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

COMO SÃO ELABORADOS OS MAPAS?

  • Conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; o ambiente.
  • Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação específica dos riscos ambientais.
  • Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia. Medidas de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.
  • Identificar os indicadores de saúde, queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais diagnosticadas, causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
  • Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
  • Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através de círculos:
    • O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada.
    • O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo.
    • A especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico-repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada também dentro do círculo.
    • A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de círculos.
    • Quando em um mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes, pintando-as com a cor correspondente ao risco.
    • Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.

SEGURANÇA DO TRABALHO 28

por Marco Antônio Menezes – Técnico em Segurança do Trabalho

FRASE DA SEMANA:

“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar (Carlos Drummond de Andrade)

VIOLÊNCIA NO TRABALHO

Violência no trabalho é considerada como toda ação voluntária de um indivíduo ou grupo contra outro indivíduo ou grupo que venha a causar danos físicos ou psicológicos, ocorrida no ambiente de trabalho, ou que envolva relações estabelecidas no trabalho.

Considerada como toda ação voluntária de um indivíduo ou grupo contra outro indivíduo ou grupo que venha a causar danos físicos ou psicológicos, ocorrida no ambiente de trabalho, ou que envolva relações estabelecidas no trabalho. Também se considera violência relacionada ao trabalho toda forma de privação e infração de princípios fundamentais e direitos trabalhistas e previdenciários, a negligência em relação às condições de trabalho e a omissão de cuidados, socorro e solidariedade diante de algum infortúnio, caracterizados pela naturalização da morte e do adoecimento relacionados ao trabalho.

Tradicionalmente considerava-se agravos relacionados ao trabalho aqueles que pudessem ser relacionados a agentes químicos, físicos, biológicos ou ainda à organização e intensidade do trabalho. A partir da década de 1980, contudo, a violência no trabalho passa a receber maior atenção enquanto risco para a saúde dos trabalhadores, não relacionada somente quanto à saúde física, mas também psicológica.

Assim, o tema passou a ser considerado de forma mais ampla. Violência no trabalho é considerada como toda ação voluntária de um indivíduo ou grupo contra outro indivíduo ou grupo que venha a causar danos físicos ou psicológicos, ocorrida no ambiente de trabalho, ou que envolva relações estabelecidas no trabalho. Também se considera violência relacionada ao trabalho toda forma de privação e infração de princípios fundamentais, direitos trabalhistas e previdenciários, a negligência em relação às condições de trabalho e a omissão de cuidados, socorro e solidariedade diante de algum infortúnio, caracterizados pela naturalização da morte e do adoecimento relacionados ao trabalho.

É considerada violência no trabalho todos os tipos de agressão que o empregado sofre no ato de sua profissão, seja ela por outro funcionário da empresa, e também por pessoas de fora. Por exemplo, um vendedor agredido por um cliente.

Um dos tipos de violência que vem ocorrendo atualmente é a contra mulheres no ambiente de trabalho, isso pode ser explicado devido a sua introdução nas organizações, que aumentou muito nas últimas décadas. Portanto, devido a esse crescimento, tem-se também um aumento de assédio moral provocados por seus companheiros de trabalho. Isso pode causar vários transtornos a vida de uma mulher que sofre esse tipo de violência e muitas vezes por medo de perde o emprego ou que algo pior aconteça, a mesma acaba ficando em silêncio e não denunciando a violência. A Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, julga como crime qualquer tipo de violência no ambiente organizacional, seja uma agressão física ou verbal. Assim o empregador é responsabilizado pelo ato, pois o mesmo tem a obrigação de manter o ambiente de trabalho seguro, e principalmente garantir a integridade de seus funcionários.